Fundos de Investimentos

Galapagos lança fundo DI sem crédito corporativo para aportes a partir de R$ 100

Fundo Albatroz é carregado de títulos públicos com uma pequena participação de crédito bancário de alta liquidez

Data de publicação:24/03/2023 às 11:38 - Atualizado um ano atrás
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Enquanto o Banco Central não dá ainda sinais de uma redução nos juros básicos da economia, a taxa Selic, o mercado vai redobrando sua aposta na renda fixa. 

É o caso da Galápagos Capital, gestora independente com mais de R$ 3 bilhões em valores administrados, e que lançou nesta semana o Albatroz, fundo de DI sem crédito corporativo, mas carregado de títulos públicos, uma pitada de crédito bancário (CDBs) e com meta de desempenho o CDI + 1% ao ano (aproximadamente 106,5% do CDI). 

Custodiado pelo BTG Pactual, o fundo se propõe a ser uma opção acessível de entrada no mundo dos investimentos, com aplicação mínima de R$ 100 reais e taxa de administração de 1% ao ano. 

O fundo pretende atingir o investidor conservador e tem aporte inicial acessível

O nome vem a calhar pois a estratégia do fundo é justamente se favorecer da conjuntura, como faz o animal ao voar embalado pela corrente favorável do vento. 

“O Albatroz explora assimetrias nos preços de mercado da curva de juros e inflação, ou seja, a rentabilidade está de acordo com as políticas monetárias brasileiras. O risco principal é a variação de juros, nominal e real, mas o produto pode ser atrelado a outros instrumentos, como o câmbio", explica Fábio Guarda, gestor de fundos da Galápagos Capital.

 

O Albatroz tem taxa de administração de 1% ao ano - fonte: Galápagos Asset

 

O fundo tem por objetivo retorno de 101% do CDI, com operação iniciada 6 meses atrás. 

E a Selic?

Após o duro comunicado do Copom na última reunião, o gestor entende que o mercado ainda segue em compasso de espera. “A visão da gestão é que a curva corrigiu mas corrigiu bastante pouco. O mercado vai esperar, de fato, a ata e eu não acho que esteja eliminado do cenário cortes no primeiro semestre ainda”, entende Guarda. 

O gestor entende que a probabilidade diminuiu muito mas não deve ser descartada ainda. O ponto de atenção, segundo ele, é o impacto na atividade econômica. 

“Acho que a atividade está pesando bastante, todo o contato que a gente tem com o setor real tem um incômodo muito grande com esse juro e realmente isso em alguma esfera vai começar a impactar em preço. Quando a gente deprime de fato a atividade, acho que a gente está prestes a ver os dados de atividade surpreenderem pra baixo, volta a tona aí a discussão de cortes na curva", explica. 

Em sua visão, a resposta do mercado se apresenta na correção no curto prazo das previsões de corte, mas ele ainda entende que “não deixa de ter um ciclo de cortes bastante pronunciado”. 

Apostas em risco soberano

Outro paralelo com a ave migratória é na plumagem espessa, que oferece uma cobertura quase impermeável para o pássaro. No caso do fundo, que se apresenta como uma opção para o investidor conservador, essa característica de proteção é garantida pela aposta em ativos de risco soberano.

Se afastar de correntes desfavoráveis é um dos focos do fundo, que pretende investir pelo menos 80% dos seus recursos em títulos públicos federais ou ativos com pouco risco de crédito. 

"Não tem crédito corporativo, só entra ali crédito de banco (CDB ou letra financeira de bancos) e mesmo assim em uma quantidade muito pequena, eu considero fortemente não ter o crédito agora", garante Guarda. 

O único ativo de crédito presente no fundo, de acordo com o gestor, representa menos de 2% de seu patrimônio. Ainda assim, o vencimento ocorre em maio e Guarda cogita não renovar, para manter o fundo apenas com risco soberano. 

Sobre o caixa, Guarda reforça a vocação do fundo: “A classe de ativo para comprar o caixa do fundo são Letra do Tesouro Nacional (LTN), Letra Financeira do Tesouro (LFT) e eventualmente NTNBs. O fundo vai ter ou tem ou caixa ou títulos do Tesouro. ”

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Sobre o autor
Camille BocanegraRepórter da Mais Retorno