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Fundos de Investimentos

Fundos de Crédito Privado: vale a pena investir?

Data de publicação:12/06/2024 às 11:13 -
Atualizado 3 meses atrás
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O ano de 2024 deve ser um ano de queda das taxas de juros. Com a inflação mais controlada, a política econômica do Banco Central é de reduzir a Taxa Selic ao longo do ano, de forma gradativa, visando o estímulo econômico ao consumo. É, inclusive, o que tem acontecido até a metade do ano.

Ao mesmo tempo em que esse tipo de medida contribui com a aceleração do crescimento econômico, traz um efeito negativo para os investidores de renda fixa: a redução da rentabilidade, fazendo com que o crescimento patrimonial seja menor a cada mês.

É bem verdade que, ainda com o início da redução das taxas de juro, o patamar atual ainda é bastante atrativo para o perfil rentista. Por outro lado, já faz com que alguns investidores optem por buscar ativos mais atrativos, pensando em manter a rentabilidade em bons números.

Neste cenário, muitos investidores passam a assumir mais riscos e comprar ativos de renda variável. Outros, entretanto, preferem se manter na atual classe e encontram uma alternativa nos fundos de crédito privado. Afinal, vale a pena fazer esse tipo de investimento? É o que vamos responder a partir de agora.

O que são os fundos de crédito privado?

Fundos de crédito privado são uma modalidade dentro da categoria da renda fixa dos fundos de investimentos que possuem como objetivo a negociação de títulos privados.

No universo da renda fixa, existem três tipos principais de títulos que são emitidos: os títulos públicos (lançados pelo governo), os títulos bancários (lançados pelas instituições financeiras, especialmente bancos) e os títulos privados (lançados pelas empresas privadas não financeiras).

Todos esses títulos possuem um objetivo comum: a captação de recursos. Assim, tanto governo, como empresas, conseguem uma fonte de financiamento alternativa aos tradicionais empréstimos bancários. Em troca, claro, os investidores vão receber juros em datas futuras.

O que faz um fundo de crédito privado é, em resumo, negociar os títulos de dívida que são emitidos pelas empresas. Para estar enquadrado nesta categoria, o fundo deve ter ao menos 50% do seu patrimônio investido em títulos de renda fixa emitidos por empresas não financeiras.

O que é crédito privado?

Como vimos, o crédito privado é um título de renda fixa emitido por empresas não financeiras. Mas, na prática, de quais ativos estamos falando?

O mais comum é que sejam as debêntures. Esse é o nome do título de dívida emitido pelas companhias, que pode apresentar algumas variações estruturais como as debêntures simples, as debêntures incentivadas, entre outros formatos.

No entanto, também é possível que o fundo de crédito privado trabalhe com dois ativos bem comuns também: o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio). Esses títulos são emitidos por securitizadoras, com foco nos dois segmentos em questão.

Vale lembrar que não existem grandes proteções neste tipo de dívida. Nos títulos bancários, por exemplo, o Fundo Garantidor de Crédito garante o pagamento em caso de calote da instituição financeira. No setor privado, não existe esse recurso, o que já demonstra que o risco aqui é maior, como veremos adiante.

Quais são as vantagens do fundo de crédito privado?

Os fundos de crédito privado costumam ficar em alta em momentos de queda das taxas de juros. Isso porque eles oferecem uma rentabilidade mais atrativa, bem em linha com o maior risco que oferecem.

Imagine que você tenha o Itaú oferecendo um CDB pagando 100% do CDI. Há ainda a cobertura de R$250 mil por CPF oferecida pelo FGC, em caso de não cumprimento desse pagamento. Se uma empresa emitir um título com essas mesmas condições, ninguém vai se interessar: o risco é muito superior ao que o Itaú apresentaria neste exemplo hipotético.

Portanto, sabendo disso, as empresas privadas sabem que precisam de ofertas mais atrativas para compensar esses riscos. E, geralmente, isso se traduz em uma rentabilidade mais atrativa, que pode servir como forma de aumentar o rendimento médio de uma carteira de investimentos.

Outro ponto positivo é a diversificação. O setor privado reúne uma quantidade gigantesca de empresas que estão constantemente em busca de financiamento das suas operações. Assim, é possível encontrar boas relações entre risco e retorno ao analisar bem o segmento.

Por fim, ainda temos alguns pontos positivos da própria estrutura dos fundos de investimentos, como ter um gestor profissional tomando a decisão por você e ter um “pacote de títulos” com um único investimento. Vale mencionar que, de um modo geral, títulos privados costumam ter um investimento mínimo mais alto do que as demais categorias.

E quais são os riscos dos fundos de crédito privado?

Se por um lado o maior risco do setor privado traz uma rentabilidade mais alta do que títulos conservadores, isso também representa maiores riscos ao investidor — algo que pode, inclusive, gerar prejuízo aos cotistas.

Um dos principais, já mencionados neste artigo, é a falta de segurança ou garantias em caso de calote. Se a empresa emissora do título quebrar, por exemplo, a chance de recebimento é praticamente nula e há de assumir esse prejuízo. Esse aspecto representa especificamente o risco de crédito desta classe de ativos.

Existem, contudo, outros riscos. É o caso do risco de liquidez. Se você precisar resgatar o dinheiro, por exemplo, é provável que precise aguardar prazos maiores. Esse tipo de produto não costuma oferecer liquidez diária, visto que um dia negativo faria com que o gestor precise vender títulos com prejuízos, prejudicando os demais cotistas.

Tudo isso faz com que os fundos de crédito privado tenham um comportamento que fique até mesmo próximo da renda variável, balançando mais o patrimônio em relação a outros investimentos de renda fixa mais defensivos.

Como é a tributação dos fundos de crédito privado?

Um ponto importante sobre qualquer investimento é entender a tributação que incide sobre os seus ganhos. Isso porque, afinal, elas impactam a rentabilidade líquida do seu investimento.

Existem três tipos de impostos com os quais você terá que lidar. O primeiro é o próprio Imposto de Renda, que utilizará da tabela regressiva para tributar os seus ganhos. A primeira faixa, até 180 dias, é de 22,5% e será reduzida até 15% para aplicações acima de 720 dias.

Vale destacar que há incidência de come-cotas nos fundos de crédito privado, o que significa que a tributação já acontece na fonte. Lembrando que esse imposto é aplicado a cada seis meses, no último dia útil de maio e novembro.

Por fim, apenas caso você realize um saque com menos de 30 dias do investimento realizado, há também a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Vale a pena investir em fundos de crédito privado?

Diante de tudo que vimos, podemos concluir que os fundos de crédito privado surgem como uma forma de diversificar os seus investimentos de renda fixa, com um produto que traz um pouco mais de rentabilidade ao assumir também um risco maior do que outros ativos conservadores.

Portanto, eles podem sim ser úteis na estratégia de perfis moderados, que buscam elevar um pouco a rentabilidade da sua carteira de investimentos, mas também não gostam da ideia de ter exposição à renda variável. Ele também pode ser utilizado em conjunto com a bolsa de valores para equilibrar a relação de risco e retorno de perfis mais agressivos.

Apenas tenha em mente que não são apenas os benefícios, observadores com mais facilidade na própria rentabilidade, que existem no crédito privado. Os riscos maiores também são importantes e você não pode ignorar, especialmente caso tenha um perfil mais conservador.

Além disso, caso opte por ter esse tipo de produto na sua carteira, não deixe de avaliar bem a gestora de cada fundo, bem como o seu histórico ao longo dos anos. Como em qualquer tipo de fundo, existem produtos bons e ruins. Conte com a nossa ferramenta para auxiliar nas análises individuais.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.

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