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Fundo Verde, de Stuhlberger, reduz exposição à Bolsa brasileira e fica vendido em bolsa americana

Data de publicação:09/12/2022 às 10:51 - Atualizado 2 anos atrás
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A Verde Asset Management, gestora que tem como sócio Luis Stuhlberger, informou ter reduzido exposição na Bolsa brasileira e mantido a posição vendida na bolsa americana (que opera na expectativa de desvalorização). As informações constam na carta mensal divulgada pela gestora e reiteram a visão apresentada por Stuhlberger durante a fala em eventos nesta quinta-feira.

"A marcha da insensatez fiscal segue inabalada em Brasília. O governo eleito aceitou uma redução de R$ 30 bilhões nos gastos fora do teto na 'PEC da Gastança', para em seguida ter aprovado no Senado um complemento de R$ 25 bilhões fora do teto vindo de contas inativas de PIS/Pasep. A PEC, depois de muito teatro, está saindo do Senado com gastos de R$ 200 bilhões fora do teto. Não há absolutamente nenhum compromisso com qualquer responsabilidade fiscal, e a leitura do preâmbulo da PEC ainda traz uma pérola citando MMT (Modern Monetary Theory) como justificativa para essa festa", destaca a equipe de gestão da Verde, no relatório. 

Stuhlberger: PT não aprendeu nada com o desastre do governo Dilma - Foto: Reprodução

 

"Um país com a história inflacionária do Brasil e taxas de juros de 13,75% brincar com esse tipo de argumento mostra que, definitivamente, o PT não aprendeu nada com o desastre do governo Dilma", acrescenta.

Em evento do Itaú BBA ontem, Stuhlberger contou que cerca de metade do "target" da gestora está em ações brasileiras, ou cerca de 15% do total. Ainda de acordo com ele, como proteção, a casa está comprada em inflação para 2035, em posição financiada através da venda de câmbio.

A carta mensal da gestora também diz que o fundo mantém posição comprada em inflação implícita no Brasil, adicionou uma "pequena" posição aplicada em juro real e continua tomado em juros na Europa e comprado em ouro e petróleo. "Continuamos vendidos no euro e comprados em real. A posição em crédito high yield americano foi reduzida, enquanto o portfólio no Brasil permanece o mesmo", descreve.

Fundo Verde recua em novembro

Em novembro, o fundo Verde FIC FIM apresentou queda de 0,30%, abaixo do indicador de referência (CDI, +1,02%), mas melhor que o acumulado no Ibovespa (-3,06%). Segundo o relatório de gestão, os ganhos vieram da posição em inflação implícita no Brasil, e da compra de ouro, petróleo e crédito global. Já as perdas vieram das posições de bolsa, tanto no mercado local quanto americano, e da posição vendida em euro.

Oportunidade perdida

A carta da Verde também pontua que, em novembro, o mundo se tornou "muito menos inóspito para o Brasil", com sinais de desaceleração econômica americana e flexibilização da política "Covid Zero" na China. "É mais uma clássica oportunidade perdida do Brasil - caso o governo eleito exibisse um mínimo de disciplina fiscal, provavelmente estaríamos vendo taxa de câmbio na casa de R$ 4,90 e taxas de juros longas em torno de 10%. Não é sempre que o contexto global vai ser tão favorável ao país", descreve o documento.

Em evento do Banco Safra ontem, Stuhlberger disse que ao disputar recursos de investidores internacionais com outros mercados emergentes, o Brasil ganha por "WO". A razão é que Rússia e China são "uninvestable", ou seja, estão fora do radar dos investidores estrangeiros por problemas locais, incluindo questões geopolíticas. /Agência Estado

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