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Mercado Financeiro

FIIs x ações: é possível ou não viver dos dividendos?

Renda passiva é uma estratégia bem comum adotada pelos investidores

Data de publicação:21/09/2021 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Você tem como objetivo viver dos dividendos? A renda passiva é uma estratégia bem comum entre investidores. Isso porque, afinal, é uma forma de fazer o dinheiro trabalhar para você — e não o contrário, que é justamente o que costuma acontecer na maior parte da nossa vida.

No entanto, em termos de investimentos, é comum que surjam dúvidas sobre o melhor caminho para alcançar esse objetivo. Quais são os melhores ativos para gerar renda passiva? Vale a pena diversificar? Quanto preciso investir?

No artigo de hoje, vamos tentar esclarecer essas e outras dúvidas que costumam aparecer entre os nossos leitores quando o assunto é viver dos dividendos. Vamos lá!

O que é renda passiva?

A estratégia de renda passiva consiste em investir o seu capital para receber, em algum período específico, uma quantia financeira que permita que você pague as suas contas ou mesmo possa reinvestir pensando na sua aposentadoria futura. Esse período específico pode ser mensal, trimestral, semestral ou anual.

Em resumo, trata-se da criação de uma fonte de renda que, ao contrário do seu salário mensal, não exige o seu trabalho. Isto é, uma quantia financeira que você vai receber na sua conta mesmo que fique em casa descansando.

Uma das melhores formas de alcançar a renda passiva é justamente selecionar alguns ativos que pagam dividendos, que é a distribuição dos lucros aos investidores.

Em quais ativos posso investir para viver dos dividendos?

Se você gostou da ideia de viver de dividendos, existem duas classes de ativos muito utilizadas para esse objetivo: as ações e os fundos imobiliários.

Vamos entender um pouco melhor sobre as características desses produtos e os cuidados que você deve ter ao selecionar onde vai investir o seu dinheiro visando a renda passiva.

Mercado de ações

O mercado de ações é conhecido pela sua volatilidade, algo que pode afastar um pouco os investidores mais conservadores. No entanto, é sim uma boa forma de gerar renda passiva.

Neste ponto, vale observar que os ativos que você compra na bolsa de valores não são apenas um código com um preço aleatório. Eles, na prática, representam empresas da economia real.

Em outras palavras, por mais que realmente exista uma forte variação de preço no mercado secundário (que é onde os investidores negociam os seus papéis diariamente), a distribuição de dividendos depende dos resultados que as companhias conquistam com a sua atividade.

Ao selecionar boas empresas, você pode receber uma parte dos lucros como acionista. A mentalidade de sócio, portanto, é muito importante para investir em ações visando o recebimento de renda passiva. Assim, você deve focar em companhias sólidas, com boa gestão e, pensando em dividendos, com alguma previsibilidade de receitas.

Quando vou receber dividendos ao investir em ações?

Um ponto importante ao investir em ações é que, geralmente, os lucros não são distribuídos mensalmente. Isso porque, a depender do setor da empresa, pode existir alguma sazonalidade de modo que é necessário preservar caixa.

Algumas companhias, especialmente no setor financeiro, realizam o pagamento de dividendos com maior frequência, geralmente a cada três meses. No entanto, tenha em mente que a maior parte delas realiza a distribuição de lucros com base no resultado anual.

Ao mesmo tempo, caso você invista em diferentes companhias, cada uma delas terá o seu próprio calendário. Portanto, é possível receber dividendos em datas diferentes, gerando uma fonte de renda recorrente ao longo do ano.

Em quais setores devo investir?

Como mencionei anteriormente, o ideal para quem busca viver dos dividendos é investir em empresas sólidas e com boa previsibilidade de receitas. Além disso, é recomendável que exista uma menor dependência da atividade econômica, para que os resultados sejam positivos mesmo em momentos desafiadores da nossa economia.

Mais do que olhar para setores individualmente, entretanto, é necessário analisar qual é a estratégia da companhia. Negócios que estão em um momento de crescimento tendem a não realizar a distribuição de lucros para investir na sua própria evolução — como a abertura de uma filial, a compra de outra empresa, renovação de máquinas e equipamentos, entre outras ações.

Apesar disso, existem sim alguns setores que são mais comuns para quem busca renda passiva. É o caso, por exemplo, do segmento financeiro (bancos e seguradoras) e do setor de energia elétrica. 

No entanto, é essencial que você avalie cada negócio antes de investir. O cenário para um grande banco (Banco do Brasil, Itaú e Bradesco, por exemplo) é diferente do que aquele enfrentado pelo Banco Inter, que está em estratégia de crescimento. E todas as empresas mencionadas pertencem ao setor financeiro.

Fundos de investimentos imobiliários (FII)

Outro caminho para investir visando a renda passiva está nos fundos imobiliários. Essa é uma classe de ativo que consiste em um fundo de investimento voltado para o setor imobiliário. Isto é, os gestores investem em imóveis (fundos de tijolo), recebíveis imobiliários (fundos de papel) ou mesmo outros fundos da mesma categoria (fundos de fundos).

Os FIIs também são negociados em bolsa de valores, o que significa que o valor das suas cotas oscila diariamente, ainda que com uma volatilidade histórica menor do que as ações. Aqui, contudo, vale a mesma dica que demos anteriormente para quem se assusta com esse cenário: os imóveis não se desvalorizam da noite para o dia. São ativos presentes na economia real.

E como os FIIs geram renda ao seu cotista? Para os fundos de tijolo, existem três caminhos: a cobrança de aluguel dos imóveis, a valorização dos próprios ativos ou então a venda das propriedades. Já os fundos de papel geram renda pela negociação dos títulos ou então do pagamento destes na data de vencimento.

Quando vou receber dividendos ao investir em fundos imobiliários?

Pensando em renda passiva, os fundos imobiliários oferecem uma vantagem em relação às ações que é a distribuição mensal dos lucros. Eles são obrigados, por lei, a distribuir 95% dos seus ganhos aos cotistas como forma de rendimentos.

Embora não exista uma obrigatoriedade mensal (o texto da lei define o período como semestral), é assim que a enorme maioria das gestoras realizam o processo. Ou seja, você recebe mensalmente a sua parte dos rendimentos, algo que ajuda na organização do seu orçamento mensal.

Em quais setores devo investir?

Pensando no recebimento de dividendos, o investidor de fundos imobiliários deve buscar proteção. Isto é, buscar por ativos em que exista maior previsibilidade de receitas.

Uma dica neste sentido é evitar FIIs que possuam apenas um imóvel locado para apenas um locatário. Embora esse cenário seja geralmente atrativo do ponto de vista de rentabilidade, a saída do inquilino pode deixar os cotistas sem qualquer renda.

Outra forma de selecionar os seus fundos imobiliários é trabalhar com ativos que ofereçam maior previsibilidade dos rendimentos. É o caso dos galpões logísticos ou de fundos de varejo, nos quais os contratos costumam ser atípicos. Apesar do grande impacto durante a pandemia da COVID-19, os shoppings costumam funcionar bem também para essa estratégia em função da diversificação de lojistas.

Por outro lado, alguns setores oferecem maiores riscos. Os fundos de lajes corporativas, por exemplo, costumam trabalhar com contratos típicos, algo que reduz a proteção financeira em caso de rescisão. Além disso, enfrentam hoje uma concorrência do crescimento do home office. O mesmo vale para o segmento de agência bancárias, que vem sofrendo uma redução de espaços em virtude do aumento de bancos digitais.

Portanto, mais uma vez, é essencial analisar o contexto do setor na escolha dos fundos imobiliários que vão fazer parte da sua carteira de investimentos, focando naqueles que permitem uma boa previsibilidade no pagamentos dos rendimentos.

Quanto eu preciso para viver dos dividendos?

Até aqui, falamos muito sobre alternativas de investimentos para receber uma renda passiva. No entanto, qual é o valor necessário para esse objetivo de viver dos dividendos?

A resposta depende diretamente do seu custo de vida. Uma pessoa que tenha um custo de vida de R$5.000 vai precisar de uma quantidade de capital menor do que outra cujo valor mensal necessário seja R$7.000, por exemplo.

Para saber o capital investido que você precisa, a conta é simples: basta dividir a sua necessidade financeira pela taxa de remuneração. Vamos a um exemplo, supondo uma rentabilidade dos rendimentos de 6,0% ao ano, para alguém que tenha um custo mensal de R$4.000.

Como a rentabilidade da nossa situação hipotética é anual, precisamos primeiramente converter esse custo de vida para doze meses. Isto é, um montante de dividendos de R$48.000 (4.000 x 12). Agora sim, é só dividir pela taxa de remuneração:

Capital necessário = 48.000 / 0,06 = 800.000

Ou seja, para esta situação, seria necessário acumular um valor de R$800.000 para receber, com as condições de 6,0% ao ano de rentabilidade, um valor mensal de R$4.000. Neste caso, como os recebimentos são iguais ao custo de vida, já seria possível viver dos dividendos.

Ações ou FIIs: qual é melhor para viver dos dividendos?

Como vimos ao longo do texto, tanto o mercado de ações, como os fundos imobiliários, funcionam bem para a estratégia para viver dos dividendos. No entanto, ambos possuem características distintas entre si.

Para quem gosta de entradas recorrentes, visando o uso dos recursos para o pagamento de contas mensais, os fundos imobiliários podem funcionar melhor. No entanto, se não há urgência nessa recorrência, algumas empresas oferecem ótimos dividendos para seus acionistas.

E não é preciso escolher um ou outro. Você pode utilizar das duas classes de ativos, compondo uma carteira diversificada tanto entre os ativos (ações e FIIs), como também contar com segmentos distintos para o seu portfólio. Essa é a melhor forma de balancear os riscos na estratégia de renda passiva.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.

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