Evergrande diz que tenta normalizar suas operações no setor imobiliário chinês
Companhia informou que já retomou 668 obras, das 706 pré-vendidas e não entregues
A incorporadora imobiliária Evergrande, gigante do setor de construção na China, informou em comunicado nesta quarta-feira, 21, que se esforça para manter a estabilidade de sua produção e operação.
Além disso, a companhia afirmou que está fazendo o seu melhor esforço para retomar o trabalho e a construção. A incorporadora enfrenta sérios problemas de caixa, com a inadimplência crescente de seus clientes e obras inacabadas.
A Evergrande informou que tinha um total de 706 obras pré-vendidas e não entregues, das quais 668 obras foram retomadas e 38 projetos seguem parados. Entre os 668 projetos retomados, 606 estão agora em nível normal de construção, enquanto os restantes 62 estão em processo de retomada para o nível normal de construção.
A companhia informou que está promovendo ativamente a plena retomada da construção de todos os projetos ao nível normal de construção.
Qual é o plano de reestruturação da incorporadora chinesa?
Em agosto, a Evergrande anunciou que pretende ter uma proposta mais clara da sua reestruturação até o final do ano, embora haja poucos detalhes divulgados até o momento.
A única informação útil divulgada é que as participações da holding nos serviços imobiliários e unidades de veículos elétricos serão usadas para lastrear dívidas. Isso não surpreende, já que esses ativos estão entre aqueles que os investidores offshore da Evergrande têm os direitos mais claros.
As duas empresas listadas separadamente em Hong Kong tinham um valor de mercado somado de cerca de US$ 7,5 bilhões, antes da negociação de suas ações serem suspensas em março. Esses ativos, porém, valem muito menos agora, à medida que mais negócios da Evergrande foram causando prejuízo.
Por que a gigante imobiliária Evergrande preocupa o mercado?
A Evergrande sofre um endividamento entre 100 e 300 bilhões de euros. Caso a companhia não consiga se recuperar dessa inadimplência, essa dívida pode trazer grandes problemas para o balanço dos credores. Com processos em andamento, companhia sofre o risco de ser liquidada.
O mercado monitora a crise da incorporadora por temer uma catástrofe no mercado financeiro, porque bancos podem entrar em dificuldade. A situação da companhia é tão preocupante que alguns analistas comparam à falência do banco de investimento Lehman Brothers que levou a uma crise financeira global em 2008.