A chinesa Evergrande pede apoio de credores internacionais para evitar liquidação
Pedido de liquidação, feito pela Top Shine, terá primeira audiência em 31 de agosto
O China Evergrande Group está entrando em contato com seus credores offshore e pedindo apoio para enfrentar um processo em um tribunal de Hong Kong, que pede a sua liquidação, de acordo com uma fonte ligada diretamente ao assunto, segundo a agência Reuters de notícias.
A Evergrande, que é considerada inadimplente em sua dívida offshore de quase US$ 23 bilhões e está trabalhando em um plano de reestruturação da dívida, pretende apresentar o apoio dos credores como aval e parte das provas ao tribunal antes da primeira audiência sobre a liquidação, em 31 de agosto.
A companhia não estava considerando um acordo extrajudicial com a Top Shine no momento, disse a fonte. A grande maioria de seus credores se opõe ao pedido de liquidação, segundo a fonte, sem dar mais detalhes.
O escritório de advocacia Kirkland & Ellis e o banco de investimentos Moelis & Co, consultores de um grupo-chave de credores do Evergrande, não quiseram comentar.
Evergrande também se recusou a comentar e a Top Shine não pôde ser contatado imediatamente para comentar.
Primeiro pedido de liquidação
A fonte não quis ser identificada, porque as deliberações sobre o processo de reestruturação da empresa são confidenciais.
A petição marca o primeiro processo desse tipo contra o Evergrande, que tem mais de US$ 300 bilhões em passivos.
Evergrande, anteriormente a construtora mais vendida da China, disse na semana passada que a Top Shine apresentou a petição de liquidação sobre uma obrigação financeira de US$ 110 milhões, acrescentando que se oporá "vigorosamente" à petição.
Plano de reestruturação
A proposta de reestruturação da Evergrande está tomando forma, e a empresa pretende chegar a um consenso com os credores offshore sobre os termos específicos da reestruturação até o final deste ano, afirmou a fonte.
Embora uma liquidação ou venda de ativos da Evergrande resulte em recuperação tímida para os credores, a empresa está avançando com seu plano de alienação de ativos com o objetivo de reservar esses recursos para fins de reestruturação.
A venda do prédio da sede do Evergrande em Hong Kong pode ser concluída nos próximos meses, disse a fonte, depois que um potencial acordo de US$ 1,7 bilhão para o mesmo entrou em colapso no final do ano passado.
A venda de um terreno nos subúrbios de Hong Kong também está em andamento.
A gestora de ativos norte-americana Oaktree Capital Management, credora da Evergrande para desenvolver esse terreno, procurou assumir o controle do ativo nomeando um administrador judicial em fevereiro. /Com Reuters