Finanças Pessoais

6 erros financeiros que você deve evitar nos seus investimentos

Um dia escutei algo que achei muito verdade: “sábio é aquele que consegue aprender com os erros alheios”. Erros fazem parte da vida, mas se conseguirmos…

Data de publicação:04/02/2019 às 12:57 - Atualizado 4 anos atrás
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Um dia escutei algo que achei muito verdade: “sábio é aquele que consegue aprender com os erros alheios”.

Erros fazem parte da vida, mas se conseguirmos limitá-los, teremos um sucesso muito maior.

Pensando nos erros comuns que investidores inexperientes cometem resolvemos desenvolver o texto de hoje.

Afinal, seguindo a filosofia da minha primeira frase, ideal é aprender com o erro dos outros. Por isso, conheça eles hoje para evita-los amanhã.

Continue lendo, para saber mais sobre os 6 erros mais comuns que devem ser evitados:

Escolher ativos específicos e não diversificar

Já citamos em diversos textos a importância da diversificação. Porém, esse ainda continua sendo um erro comum que investidores não atentos ou com ânsia de ganhar muito com apenas um ativo cometem.

A diversificação é um importante aliado para eliminar riscos específicos.

Montando uma carteira de investimentos e não investindo em apenas um ativo, você diminui o risco diversificável, aquele que afetará especificamente algum mercado ou determinado ativo.

Mas lembre-se, a diversificação deve ser feita de forma inteligente e não apenas adicionando ativos quaisquer. É importante formar a carteira com ativos que possuem correlação contrária, assim quando um evento ocorrer com algum deles, o outro tende a se valorizar.

Então sempre diversifique com ativos que não irão ter a mesma performance.

Confundir desempenho histórico com expectativa futura.

Outro erro comum é que investidores, muitas vezes utilizando recomendações de analistas, pegam o desempenho histórico de um ativo e acham que ele irá repetir tal retorno no futuro.

É claro que o histórico do ativo é relevante, entretanto, é preciso ser analisado o cenário como um todo para projetar futuros ganhos.

Muito provavelmente a média histórica irá utilizar um período muito grande de tempo como, por exemplo, 10 anos. Mesmo que o desempenho tenha sido muito bom nesse período, imagine o quanto de coisa o ativo passou nesse tempo.

E também existe uma grande chance de você, provavelmente, não ficar tanto tempo assim com o ativo.

Além disso, existe aquela coisa de “realização de lucros”.

Um ativo que já teve um rally grande no período recente pode passar por um ajuste, com o mercado avaliando que o desempenho já foi muito bom e é hora de “colocar esse retorno no bolso”.

Assim, o ideal é fazer uma análise apurada do que pode acontecer com a ação, utilizando tanto a ferramenta gráfica, quanto a fundamentalista, além de perspectivas econômicas para o país como um todo e o setor que a ação se insere.

Investir sem planejamento

Muitas pessoas passam horas planejando baladas, viagens, a próxima compra, mas investem de forma afobada, sem critério algum.

Muito provavelmente investidores que planejam seus investimentos e possuem regras terão melhores retornos do que aqueles que não fazem esse planejamento.

Por exemplo, para investidores que desejam ganhos de curto prazo, é preciso ficar ligado em muitas coisas. É preciso saber como está o cenário político e o que está acontecendo que pode mudar o panorama. O cenário externo também exerce grande pressão aqui, então monitorá-lo também é importante.

Enfim, quando você for iniciar suas aplicações pense se você quer ser um investidor de alta frequência e em como irá monitorar seus ativos. Tenha em mente o quanto deseja de retorno e o quanto está disposto a perder (os chamados stop loss e stop gains).

Além disso, procure sempre se manter atualizado sobre educação financeira. Esse é nosso papel no Mais Retorno e temos textos e vídeos abordando assuntos diversos.

Você pode ter alguma ideia de investimento conhecendo ativos, formas de investir e estratégias novas.

Não levar em conta seu perfil ao investir

Esse talvez seja o erro mais grave que qualquer pessoa pode incorrer.

Quando não se conhece a você mesmo, muito provavelmente você irá ter investimentos que não combinam com seus objetivos e perfil de risco.

Além de provavelmente não ter os resultados esperados, você terá muita dor de cabeça ao realizar aplicações incompatíveis com o que deseja.

Imagine, por exemplo, que seu objetivo é poupar e comprar um carro daqui a um ano. Você não precisa correr riscos desnecessários e o ideal seria ter aplicações em renda fixa.

Se começar a aplicar em renda variável, pode ser que dê certo, mas a volatilidade que irá passar será muito mais alta do que o que você desejaria.

Por outro lado, um investidor que busque ganhos elevados e aumentar seu patrimônio, não deve investir em renda fixa com prazos longos. Além de não ter esse rendimento substancial, o investidor ficará preso em um título de prazo muito longo.

Assim, procure sempre investir em ativos que sejam compatíveis com o seu perfil e objetivos pessoais.

Não se atentar a baixa liquidez

Uma coisa que não é muito comum que investidores se atentem é o risco de liquidez. Talvez por não ser algo muito fácil de ver, investidores esquecem que esse é também um risco tão relevante quanto o risco de crédito.

A falta de liquidez em algum mercado distorce o preço dos ativos.

Vendedores terão que se desfazer por um preço mais baixo do que realmente vale e compradores adquirirão o ativo por um preço mais caro.

Dessa forma, indiretamente, você terá prejuízos por não conseguir encontrar o preço adequado para operação que fará.

Então, fique ligado também em ativos que, mesmo com ótima performance, não tenham a liquidez adequada para conseguir realizar as operações adequadas para sua estratégia de investimentos.

Excesso de conservadorismo

Esse é um erro típico de investidores brasileiros.

Passamos anos tendo taxas de juros reais (lembre-se que é o rendimento real que importa). Isso fez com que fosse relativamente fácil conseguir um rendimento satisfatório.

Claro, com um juro muito alto, as pessoas tendiam a ir direto para renda fixa em detrimento de aplicações em ações. Ou seja, o investidor tomava pouco risco no Brasil.

Mas você deve pensar que isso é racional, afinal para que tomar risco se é possível ficar tranquilo com o CDI?

E lembre-se, quebramos esse mito aqui de que CDI compensa mais que renda variável.

Na verdade, o mercado ainda mantém a relação risco x retorno. Quanto mais arriscado um investimento, maior tende ser seu retorno.

E isso tende a ser ainda mais verdade agora que estamos num ambiente de taxas de juros na mínima histórica.

Portanto, tomar risco é uma coisa necessária para angariar retornos mais elevados. Mas lembre-se sempre da primeira dica, de montar uma carteira diversificada e não investir isoladamente em um único ativo.

Conclusão

Listamos aqui alguns dos erros que julgamos que investidores deveriam evitar. O objetivo é te deixar ciente da existência deles e te atentar para evitá-los.

Tome seu processo de aplicação com seriedade, afinal está lidando com o seu dinheiro, mas aprecie isso e tenha prazer em investir.

Tudo ficará mais leve e você terá uma cabeça melhor para tomar decisões.

Mas se ficou alguma dúvida ou quer listar algum outro erro que não esteja aqui, comente abaixo!

Compartilhe esse texto com mais investidores que você deseja ajudar a obter Mais Retorno entendendo melhor os erros que outros investidores cometem.

Sobre o autor
Vinicius AlvesEconomista, atuou no departamento econômico de empresas de sell side no mercado financeiro. Já foi Top-5 de projeção de inflação de curto prazo do BC.
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