Dólar sobe 0,28% com Guedes, crise hídrica, Ptax e Treasuries

O dólar fechou em alta no mercado à vista nesta terça-feira: a moeda ficou cotada a R$ 4,942, com valorização de 0,28%.

No entanto, no período da manhã, por volta das 11 horas, momento em que o BC realiza a segunda coleta de taxas nas mesas de operação para a formação da Ptax de hoje, o dólar alcançava a máxima do dia com valorização de 0,85%, cotado a R$ 4,9705. A arrancada ocorreu após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que a intenção é transferir aumento permanente de impostos para empresas, além do mercado precificar a valorização do dólar no exterior e alta dos rendimentos dos Treasuries.

O operador Hideaki Iha, da corretora Fair, diz que investidores "comprados" em contratos cambiais (apostaram na alta das cotações) pressionam o dólar para tentar diminuir a desvantagem ante os "vendidos" (apostaram na queda) neste fim de mês, em que a moeda americana acumula perdas de mais de 5% (-5,26% há pouco).

Além disso, segundo Iha, favorecem a alta o dólar forte no exterior em meio a declarações de dirigentes do Federal Reserve e à espera pelos dados de emprego dos EUA - amanhã saem os números de emprego no setor privado e, na sexta-feira, o relatório oficial, incluindo o setor público americano - e o cenário local com reforma do IR e os riscos político e hídrico do País.

Há cautela com o novo aumento da bandeira tarifaria vermelha 2, que deve pressionar ainda mais a inflação, e com a MP que propõe transferir exclusivamente ao governo federal, via Ministério de Minas e Energia (MME), a definição de medidas de forma individual a fim de evitar racionamento de energia, mas que podem afetar negativamente lagos de regiões turísticas ou operações de hidrovias, declarou./Agência Estado