Dólar lidera ranking dos investimentos em setembro; Bolsa engata terceiro mês de alta
Ibovespa consegue valorização residual de 0,47%, após alta de 2,2% no último dia do mês
O dólar voltou ao topo do ranking de investimentos em setembro. Com valorização de 3,71%, foi o investimento que mais rendeu no mês.
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, que liderou em agosto, desacelerou. O Ibovespa veio com sinal negativo, com queda acumulada de 1,70% até o penúltimo pregão, mas virou. Subiu 2,20% no último dia do mês e inverteu a perda para uma alta residual de 0,47%.
Ativo de renda variável, como as ações, o dólar fechou o mês à frente das aplicações de renda fixa, títulos e fundos, que continuam performando bem nas posições intermediárias do ranking.
É uma classe com ativos de rentabilidades bastante parecidas, indexadas ao CDI, taxa que anda no mesmo passo da Selic. É um rendimento nominal que passou a rodar acima de 1% ao mês e é beneficiado ainda pela forte desaceleração da inflação – que mergulhou na zona da deflação.
Esse movimento de preços, no entanto, não beneficia toda as opções de renda fixa. Ele impacta direta e negativamente o retorno de aplicações indexadas ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Como os fundos de investimento e títulos indexados à inflação.
O mergulho da inflação encolhe a correção monetária, que fica menor, e achata o rendimento nominal. Quando não o torna negativo, em alguns casos, neutralizando o ganho real da aplicação.
Incerteza global na renda variável
A valorização do dólar e a apatia da bolsa de valores refletem o aumento de aversão ao risco por parte dos investidores, um sentimento que se acentuou agravado pelo cenário de incertezas globais. Ainda que os fatores de insegurança que o acirram não sejam propriamente novos.
Um deles está associado às expectativas de elevação dos juros pelo mundo, especialmente nos Estados Unidos. Juros altos combatem a inflação, que se dissemina em escala global, mas servem como freio também à dinâmica do crescimento econômico. Com ameaça até de recessão nas principais economias, como temem economistas e analistas.
Outro fator de preocupação, que atiça o dólar e deprime a bolsa de valores, foi a ameaça feita pelo presidente russo, Vladimir Putin, de uso de armas nucleares táticas em algumas regiões em conflito na Ucrânia. O aumento da tensão geopolítica global levou o investidor a vender ações e buscar proteção no dólar.
Deflação na renda fixa
O segmento de renda fixa caminha embalado pelo cenário de inflação e juros. Com ventos favoráveis vindo dos dois lados.
A economia caminha para o terceiro mês de deflação ou inflação negativa. É o que sinaliza o IPCA-15, considerado indicador prévio de inflação, que veio com variação negativa de 0,37% na medição de setembro. A deflação prevista para o IPCA é pouco menor, está estimada em 0,32%.
A deflação é apenas um dos componentes positivos dessa equação que favorece a renda fixa. O outro é a Selic, que foi mantida em 13,75% ao ano na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e deve permanecer nesse patamar elevado durante bom tempo. Pelo menos até o fim do primeiro semestre de 2023, apostam especialistas.
Ranking das aplicações em setembro
Mês fechado, é hora de ver quanto renderam as aplicações financeiras em setembro e apurar ganhos ou perdas no mês. Os dados são de cálculo do administrador de investimentos Fábio Colombo.
Aplicação/indicador | Rendimento/variação |
---|---|
1 - Dolar | 3,71% |
2 - Euro | 1,16% |
3 - Fundos de renda fixa | 1,03 a 1,23% |
4 - Fundos DI | 1,01 a 1,21% |
5 - CDBs | 0,96 a 1,16% |
6 - Poupança | 0,68% |
7 - Ouro | 0,53% |
8 - Fundos Imobiliários (Ifix) | 0,49% |
9 - Ibovespa | 0,47% |
10 - Títulos IPCA** | 0,16 a 0,26% |
11 - IPCA*** | -0,32% |
12 - IGPM | -0,95% |
13 - Bitcoin **** | -2,57% |
Obs.:
*média
**indicativo
***estimativa
**** Dado do site Investing.com