Economia

Dirigente do Fed estima que inflação nos EUA já atingiu ou está perto de pico

O foco do Federal Reserve é trazer a inflação de volta à meta de 2% ao ano

Data de publicação:26/09/2022 às 01:29 - Atualizado 2 anos atrás
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A presidente da distrital de Boston do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Susan Collins, estima que a inflação nos Estados Unidos está próxima ou até já atingiu o seu pico (de 8,3% nos últimos 12 meses, mas com previsão de terminar 2022 em 5,4%).

Durante evento da Câmara de Comércio de Boston nesta segunda-feira, 26, a banqueira central mencionou que alguns dos "desafios dos gargalos na cadeia de suprimentos" moderaram recentemente, o que pode ajudar os preços nos EUA arrefecerem. Ao mesmo tempo, a ação recente do Fed já foi precificada por alguns setores da economia, como o imobiliário.


Fed reconhece que aumento dos juros aponta para crescimento mais lento da economia - Símbolo do Federal Reserve

Como resultado do aperto monetário, a perspectiva aponta para um crescimento "mais lento" da economia este ano e em 2023 e um "crescimento modesto" do desemprego no país, ressaltou.

Mais cedo, ela ressaltou o foco do BC norte-americano no combate à inflação, em seu primeiro discurso público como presidente do Fed de Boston.

Susan reiterou o foco do Fed em trazer a inflação de volta à meta de 2% ao ano. Segundo ela, é missão da instituição moderar a demanda excessiva atual - em relação à capacidade produtiva dos EUA - para que os preços se estabilizem. "Retornar a inflação à meta exigirá um maior aperto da política monetária, conforme sinalizado nas projeções recentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês)", resumiu.

Embora reconheça que o aperto monetário vai causar uma taxa de desemprego maior nos EUA - atualmente, ela é de 3,7% - Susan Collins avalia que é possível atingir uma desaceleração da atividade mais moderada em meio ao aumento de juros, ainda que esta seja uma tarefa "desafiadora".

Entre as razões para esta visão, a dirigente cita que as poupanças de domicílios e empresas estão "consideravelmente mais fortes" do que em outros períodos de aperto monetário, o que "reduz o risco de redução significativa nos gastos e investimentos à medida que os juros aumentam". Além disso, ela avalia que o setor privado enfrenta escassez de trabalhadores, e não excesso, o que pode ajudar o emprego enquanto o Fed comprime o crescimento.

Apesar do otimismo, Susan Collins ressaltou que há "riscos de baixa" à perspectiva econômica, em especial ao considerar o ambiente geopolítico turbulento e eventuais novos choques. Este contexto deve, inclusive, atrasar os efeitos da política monetária do Fed nos EUA, completou a dirigente, que tem direito a voto nas reuniões do Fomc este ano.

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