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Mercado Financeiro

Como dolarizar uma carteira de investimentos

Data de publicação:02/07/2024 às 22:04 -
Atualizado 2 meses atrás
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Quando o assunto é estratégia de investimentos, um aspecto muito comentado é a importância de “dolarizar” a carteira. O nome, entretanto, pode soar como algo extremamente complexo ou refinado, o que não é verdade.

Hoje em dia, é extremamente simples dolarizar o seu portfólio de investimentos e, como veremos ao longo deste artigo, é inclusive algo que vai te ajudar a ter um melhor nível de retorno financeiro, equilibrando a relação entre risco e retorno.

Vamos começar entendendo melhor o que significa, na prática, dolarizar uma carteira de investimentos.

O que é a dolarização de uma carteira de investimentos?

O termo “dolarizar” remete à prática de tentar trazer ativos dentro do seu portfólio de investimentos que possuam alguma relação direta ou indiretamente como dólar, que é a principal moeda do mercado financeiro global.

Em outras palavras, é uma ação com foco na diversificação dos seus investimentos, algo extremamente útil na redução de riscos para o seu capital.

Por que eu devo dolarizar a minha carteira?

A busca por ativos relacionados ao dólar é muito benéfica ao investidor brasileiro de um modo geral. Você terá inúmeros benefícios ao seu patrimônio passando por maior estabilidade, redução de riscos, entre outros.

Em seguida, vamos trazer alguns desses benefícios para que você possa entender por que essa estratégia é tão defendida entre os especialistas do mercado financeiro.

Redução do risco Brasil

Como vivemos no Brasil, é natural que a maioria dos nossos investimentos fiquem concentrados por aqui. Afinal, são os ativos que temos maior proximidade e conhecimento. Isso gera um conforto emocional.

No entanto, pensando na economia global, o Brasil está longe de ser um país “tranquilo”. Há bastante ruído político na performance das empresas e nossos indicadores econômicos não são estáveis — a inflação, por exemplo, de tempos em tempos aparece para dar aquele “sustinho”.

Não significa que não existam desafios em países desenvolvidos, como são os Estados Unidos, mas há uma redução desse risco nacional, diversificando os seus ativos.

Em 2024, para trazer uma situação atual, há uma grande discussão sobre o risco fiscal por aqui, algo que pode afetar bastante a economia nacional, mas com baixo impacto para os ativos americanos. Essa diversificação é uma boa forma de proteger o seu patrimônio.

Potencial rentabilidade com uma economia forte

Outro benefício da dolarização da sua carteira está em se expor a um país com economia mais forte em termos globais que o Brasil. Estamos falando, afinal, da maior potência econômica das últimas décadas. Isso traz um panorama muito interessante em termos de estabilidade.

Novamente: é claro que os Estados Unidos possuem os seus desafios econômicos, como lidar com a inflação ou até mesmo a ameaça à liderança global imposta pela China. O ponto é que esses desafios são tratados de forma mais natural do que no Brasil, algo que fica claro quando comparamos os dois países.

No gráfico abaixo, veja o desempenho ao longo dos últimos anos da bolsa brasileira e da bolsa americana, representados pelo Ibovespa e pelo S&P 500 (em reais), respectivamente. Mesmo sem dolarizar o índice americano, a diferença de rentabilidade foi brutal: 132,3% por lá, contra apenas 35,8% por aqui.

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Proteção cambial

Por fim, ainda há o benefício de uma proteção cambial, considerando que o real não é uma moeda tão forte quanto o dólar. Além disso, como vimos no tópico sobre o risco Brasil, o valor da nossa moeda também fica exposta ao ambiente político do nosso país, que é sempre um fator complicador.

Desta forma, ao dolarizar a sua carteira, você também está protegendo o seu patrimônio em relação a uma possível desvalorização do real. Vale lembrar que, desde a metade de 2013, o dólar é precificado pelo menos com o dobro do valor da nossa moeda.

Como dolarizar a minha carteira de investimentos?

Agora que você já entendeu a importância de ter uma carteira de investimentos com exposição ao dólar, é natural que surja a dúvida: “como fazer isso na prática?”.

Atualmente, existem diversas formas que permitem que você faça a dolarização da sua carteira sem precisar, necessariamente, ter uma conta em uma corretora global. Vamos conferir algumas dessas alternativas.

Empresas com atuação global

O primeiro método para dolarizar uma carteira é investir em empresas que tenham suas receitas atreladas ao dólar de alguma forma. Isso é bastante comum em companhias exportadoras, como commodities ou industriais.

Neste caso, ainda que as empresas estejam sediadas no Brasil e expostas aos nossos riscos nacionais, as suas operações dependem muito mais do ambiente global, de onde virá a maior parte da sua demanda produtiva. Elas, portanto, estão um pouco mais descorrelacionadas em relação à média das empresas nacionais.

Podemos citar como exemplo deste tipo de companhias as seguintes organizações da nossa bolsa de valores: Vale, JBS, Suzano, PetroRio, WEG, Marfrig, entre outras.

BDRs

Já se você prefere a dolarização da carteira e também a redução do risco Brasil para as empresas nas quais investe, mas ao mesmo tempo não quer buscar uma forma global de investir, os BDRs podem quebrar um baita galho.

BDR é uma sigla para Brazilian Depositary Receipts, que nada mais são do que certificados emitidos pelas instituições financeiras para replicar a performance de algumas ações de bolsas internacionais.

Por meio deles, você pode comprar certificados de ações como Apple, Amazon, Facebook, Alphabet (Google), Dell, AstraZeneca, entre outras companhias globais. Importante mencionar que não são apenas da bolsa americana, mas também de outros centros econômicos.

Tudo é feito pela própria bolsa de valores do Brasil, o que torna o processo mais simples. O ponto negativo é que a oferta é bem mais restrita em relação às bolsas americanas, geralmente focando em empresas mais conhecidas e populares.

Uma estratégia alternativa que também utiliza os BDRs é a busca por REITs (Real Estate Investment Trust), uma espécie de “fundos imobiliários americanos”, mas que possuem algumas diferenças importantes como, por exemplo, a possibilidade de acumular dívidas.

ETFs

Assim como podemos buscar por BDRs, uma forma ainda mais simples de investir de forma global é usando dos ETFs (Exchange Traded Funds). Aqui, falamos de fundos de investimentos passivos, que possuem como oferta acompanhar o desempenho de um determinado índice ou indicador.

O exemplo mais conhecido talvez seja o ETF IVVB11, que replica o desempenho do S&P500, um dos principais índices da bolsa americana e que já mencionamos antes neste mesmo artigo. Assim, você não precisa se preocupar em escolher ações específicas, expondo-se ao desempenho global das ações americanas.

Fundos cambiais

Pensando em veículos mais tradicionais para quem não é fã da bolsa de valores, o método mais simples para dolarizar a sua carteira está na busca por fundos de investimentos no seu banco ou na sua corretora.

Aqui, existem diferentes estratégias que podem funcionar. A principal delas é a busca por um fundo cambial, que vai permitir a sua exposição direta ao dólar.

Mas outros produtos, como fundos multimercados e fundos internacionais, também podem ter na sua composição ativos internacionais, desde que respeitando o seu mandato de investimento.

Corretora global

Por fim, mas importante mencionar mais uma vez, há ainda a possibilidade de criar conta em uma corretora global, permitindo acesso a investimentos internacionais de renda fixa ou renda variável que não estão disponíveis diretamente pelo Brasil.

Essa escolha não traz grande complexidade, visto que existem já corretoras especializadas no processo, mas exige que o investidor saia um pouco da “zona de conforto” do Brasil. Como benefício, a variedade de ativos é muito mais e permite maior diversidade na sua estratégia.

 

Portanto, opções não faltam. Existem diversos caminhos que permitem que você, de alguma forma, dolarize a sua carteira. A questão é analisar o seu perfil de investidor e quais dessas alternativas são mais interessantes para os seus próprios objetivos financeiros.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.

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