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Com dívida de R$ 43 bilhões, Americanas entra com pedido de recuperação judicial; ações caem 42,53%

A decisão, segundo a Americanas, considerou os desafios que está enfrentando na interface com credores e fornecedores desde revelação das inconsistências contábeis

Data de publicação:19/01/2023 às 06:30 - Atualizado um ano atrás
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A Americanas confirmou em fato relevante encaminhado à CVM que ajuizou, com suas subsidiárias, pedido de recuperação judicial do Grupo Americanas na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Com isso, as ações (AMER3) tiveram as negociações paralisadas e com a divulgação do comunicado elas passaram a cair e fecharam com queda de 42,53%. Desde o dia 11 de janeiro, os papeis caíram 92%, de R$ 12 para R$ 1.

No documento, a empresa afirma que, a despeito dos esforços e das medidas para proteger a companhia dos efeitos decorrentes da descoberta de inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões não adequadamente refletidas nas demonstrações financeiras de 30/9/2022, o conselho de administração aprovou o pedido em caráter de urgência, por unanimidade.

Americanas afirma que o total dos créditos listados soma R$ 43 bilhões | Foto: Reprodução

A decisão, segundo a Americanas, considerou os desafios que está enfrentando na interface com credores e fornecedores desde revelação das inconsistências contábeis; a necessidade de atendimento dos interesses de seus credores, acionistas e stakeholders; a posição de caixa que reduziu-se sobremaneira; e a necessidade de preservação da continuidade da oferta de serviços de qualidade.

No fato relevante, a Americanas afirma que o total dos créditos listados nos documentos protocolados com o pedido de RJ soma aproximadamente R$ 43 bilhões.

Além disso, comunicou que "o grupo de acionistas de referência informou ao presidente do conselho de administração que pretendem manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, - americanas.com - , da Ame e suas demais coligadas".

A companhia disse ainda que mantém seu esforço na busca por uma solução com os seus credores e reafirma "a confiança que tem em sua capacidade operacional e comercial para que seja bem-sucedida na proposição e aprovação de um plano de recuperação que permita ganho de valor para a companhia e seus stakeholders".

A apresentação do pedido de RJ foi feita nos autos da Tutela de Urgência Cautelar ajuizada em 12 de janeiro e a administração pretende tomar as providências necessárias à efetivação do pedido de recuperação em todas as jurisdições que sejam necessárias. A medida será levada à Assembleia Geral da Companhia, a ser convocada. / Agência Estado.

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