CAGR: entenda o cálculo e seus impactos

Quando realizamos algum tipo de investimento no mercado financeiro, por regra nós buscamos algum tipo de crescimento, certo? Especialmente na renda variável, é essencial que exista um aumento de valor para que o seu capital alocado possa crescer junto. A lógica é, de forma simplista, essa.

Na análise dos ativos, portanto, é muito importante que você, enquanto investidor, possa ter algumas métricas de análise deste potencial de crescimento. Neste contexto, um dos indicadores mais comuns é o CAGR. Vamos conhecer mais sobre essa ferramenta e como ela pode te ajudar no artigo de hoje.

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O que é CAGR?

CAGR é uma sigla que significa, em inglês, Compound Annual Growth Rate. Para tornar o entendimento mais fácil para nós, brasileiros, a tradução simples para o nosso idioma seria algo como “taxa de crescimento anual”.

Em outras palavras, o que faz o indicador do CAGR é um cálculo de qual seria a taxa de crescimento anual para que um ativo saia de um valor X (geralmente o que ele vale hoje) para atingir um valor projetado Y, que representaria assim o seu crescimento dentro de um determinado período.

O seu grande propósito, além de ajudar a analisar o crescimento de investimento, está também na redução da volatilidade. É ideal utilizá-lo em períodos longos, de modo a atenuar um desempenho muito fora da curva — tanto de forma positiva, como negativamente.

Por exemplo, se um ativo tiver um ano excepcional e valorizar em 60% no período, ele poderá chamar muita atenção dos investidores nesse curto prazo. No entanto, aplicando a fórmula do CAGR, fica mais fácil de entender essa performance em horizontes temporais mais longos e verificar a sua consistência.

Como calcular o CAGR?

Quando falamos de indicadores ou métricas, também falamos de matemática. Vamos então entender a base de cálculo do CAGR? A fórmula é essa daqui:

CAGR = (VF / VI) ^ 1/n - 1

Onde:

• VF = Valor final do investimento;
• VI = Valor inicial do investimento;
• N = Número de períodos em anos.

Aqui não há muito segredo. Nós dividimos o valor final (que é o que o ativo deve valer no futuro) pelo seu preço atual. O “N” é o número de períodos em anos que você está analisando. Ao colocar cada variável em seu lugar e realizar o cálculo, então você terá o CAGR.

Vamos pensar em um exemplo? Suponha que você invista R$10.000 em uma ação ou fundo de investimentos com o objetivo de alcançar R$17.500 em 5 anos. Agora é hora de usar a nossa fórmula e encontrar o CAGR dessa simulação:
 

CAGR = (17.500 / 10.000) ^ 1/5 - 1 = 11,84%

Como analisar o CAGR?

Conforme vimos anteriormente, a principal função do CAGR é suavizar a curva de retornos de um ativo de modo a trazer um cenário de maior estabilidade, evitando assim aquelas “pancadas” positivas ou negativas que o curto prazo pode proporcionar, mas que são inviáveis de se manter para o futuro.

Ainda assim, isoladamente é muito difícil fazer uma avaliação sobre o resultado do CAGR na medida em que não há um grande parâmetro de número ideal. Claro, você pode partir de duas premissas básicas:

1. Todo resultado negativo é ruim, na medida em que o investimento ao invés de crescer, perdeu valor no período analisado;
2. Quanto maior o CAGR melhor, pois isso representa que houve um forte crescimento financeiro.

Ainda assim, é preciso ter muito cuidado ao analisar esses indicadores de forma isolada, de forma que recomendamos que você utilize o CAGR de forma relativa (isto é, comparando-o a outros ativos em um mesmo período) ou então como uma métrica complementar de uma análise mais completa.

Limitações do CAGR

O CAGR é uma métrica simples de calcular, mas também tem alguns problemas e limitações importantes. Por esse motivo, inclusive, não se recomenda a sua utilização de forma isolada na tomada de decisão, visto que se trata de um número frio e sem grande contextualização.

O primeiro problema do CAGR é que ele não traz um retorno real para o investimento, mas sim uma projeção. Desta forma, ele funciona melhor olhando para o passado (conferindo a taxa de crescimento dos anos anteriores) do que para o futuro (onde qualquer premissa pode ser assumida sem ser, de fato, algo que possa acontecer na prática).

Outro desafio é que o CAGR não consegue identificar alguns fatores externos que afetam os ativos. Por exemplo, um ativo pode ter uma taxa de crescimento negativa em determinado período por conta de um processo de investimento para poder crescer no longo prazo — e isso não será captado pelo indicador.

Como analisar melhor os meus investimentos?

A análise de um ativo por meio do CAGR é uma excelente forma de colocar os seus investimentos em uma perspectiva de médio prazo e reduzir assim os efeitos de curto prazo, onde podemos ter um efeito mais forte.

No entanto, também como vimos ao longo do artigo, não se recomenda olhar para essa métrica de forma isolada. Desta forma, o ideal é colocá-la ao lado de outros indicadores do mercado financeiro, fornecendo assim uma visão mais detalhada daquele produto ou investimento — e permitindo, por consequência, uma melhor tomada de decisão.

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