Bolsonaro: Petrobras não pode continuar usando paridade de preços internacionais
A ideia é também a de fatiar a venda da petroleira para agilizar o processo
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou que a Petrobras não pode continuar usando a paridade de preços internacionais, que atrela o reajuste dos preços dos combustíveis à variação do barril de petróleo no exterior.
"Vivemos um momento excepcional, ninguém quer interferir, nem vai interferir nos preços dos combustíveis. Mas a Petrobras não pode continuar usando a paridade de preços internacionais, sendo que nós somos autossuficientes, não somos em refino, sempre repassando isso para o povo", disse o presidente em entrevista à Rádio Massa FM.
Lei Rouanet
Bolsonaro aproveitou ainda a entrevista para criticar a Lei Rouanet de incentivo à cultura.
"Minha ideia é transformar a lei Rouanet em outra coisa", declarou o chefe do Executivo. "R$ 500 mil reais é o teto, é muito dinheiro. Pode diminuir um pouco mais o valor."
Auxílio Brasil
O presidente ainda defendeu nesta terça-feira o Auxílio Brasil, aposta do governo para vitrine social nas eleições deste ano.
"As pessoas se sentem felizes e reconhecidas com essa ajuda que é pequena, mas é a que o Brasil pode dar para ela", declarou o chefe do Executivo. "Eu sei que R$ 400 não é muita coisa, mas para quem está na lona ajuda bastante", acrescentou
Fatiar a Petrobras
O presidente afirmou, ainda, em entrevista ao apresentador Ratinho, na Massa FM, que tem a ideia de "fatiar a Petrobras". "A privatização da Petrobras leva no mínimo quatro anos. Tenho uma ideia de fatiar a Petrobras. Realmente não está dando certo atualmente", declarou.
Preocupado com o impacto do preço dos combustíveis na popularidade do governo em ano eleitoral, Bolsonaro voltou a chamar a companhia de "Petrobras Futebol Clube", por um suposto interesse apenas no lucro em detrimento do aumento do custo de vida para a população.
"Apesar de estar na Constituição seu caráter social, ela não aplica. Tem um lucro fenomenal, não se compara porcentualmente com outras petrolíferas no mundo todo", disse o presidente na entrevista.
O chefe do Executivo ainda voltou a afirmar que a empresa pode "quebrar o Brasil" se continuar subindo o preço dos combustíveis".
"Combustível é a correia da inflação. Somos obrigados a comprar gasolina e diesel fora do Brasil, o que ajuda a encarecer o preço", observou Bolsonaro./Agência Estado