Bolsa tem queda de 0,75% na semana com temor de alta dos juros americanos; dólar sobe 1,06%.
Dados de emprego mostram economia americana mais aquecida e Fed pode subir mais os juros
Os temores de ajustes reforçados nos juros americanos voltaram a amedrontar os mercados, e levaram a Bolsa de Valores brasileira, a B3, a fechar com queda de 1,15% nesta sexta-feira, 3, aos 111.102 pontos. Com isso, o saldo na semana é negativo com o Ibovespa acumulando desvalorizaçã o de 0,75%.
O dólar, embora tenha caído 0,2% no pregão de hoje, cotado a R$ 4,78, acumula uma alta de 1,06% em relação à última sexta-feira.
A divulgação do relatório oficial de empregos nos Estados Unidos, o payroll, mostrando um crescimento acima do esperado e indicando mais pessoas empregadas e consumindo mais, fez o mercado entender que o Federal Reserve ( Fed, o banco central americano) deve reforçar no ajuste dos Fed Funds, o juro básico americano.
Foram criadas de 390 mil vagas em maio, quando os especialistas esperavam por algo em torno de 328 mil. A taxa de desemprego ficou estável em 3,6%, e as expectativas indicavam um nível ligeiramente mais baixo, de 3,5%. Já o dado de março foi revisado de 428 mil para 398 mil.
Para Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos, a questão está em saber como o mercado vai reagir diante do aperto monetário, além da "retirada de estímulos econômicos nunca vista antes". Os juros altos são fortes concorrentes da renda variável, como as ações, porque devem promover uma migração de recursos das bolsas, especialmente de países emergentes, para os títulos americanos.
Aqui no Brasil, essa perspectiva de elevação dos juros acabam por castigar mais as ações de empresas de varejo e tecnologia que necessitam de crédito para capital de giro. Entre as maiores quedas estão Meliuz, -6,74%, B2W (AMER3) - 5,83%, e Magalu -5,53%.
Nem mesmo a alta do petróleo, com valorização de Petrobras, com PETR3, +2,55% e PETR4, + 1,75%, conseguiram evitar o fechamento do IBovespa no vermelho.