Bolsa sobe 1,91% com percepção de que ciclo de alta dos juros está encerrado; dólar cai 1,18%
Manutenção da Selic em 13,75% e sem indicação de novas altas da taxa animaram o mercado de ações
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, reagiu bem e com firmeza à manutenção da Selic em 13,75% ao ano, mas especialmente à ausência de indicação do Copom para novas altas nas próximas reuniões. No final dos negócios desta quinta-feira, o Ibovespa fechou com alta de 1,91% aos 114.070 pontos, pela primeira vez, desde abril. Já o dólar caiu 1,18%, cotado a R$ 5,11, com a entrada de capital externo se posicionando em juros por aqui.
No comunicado emitido ao término da reunião dessa Superquarta, os diretores do Banco Central justificaram a permanência da Selic em níveis elevados, diante de riscos de continuidade de alta da inflação, em nível interno e externo, e de riscos fiscais que permanecem em ano de eleições no País.
A estratégia será a de acompanhar o comportamento da inflação até a próxima reunião para nova decisão sobre onde colocar a taxa básica da economia. O objetivo principal das autoridades monetárias é conter a alta dos preços e, mais do que isso, levar o mercado a acreditar que a inflação está domada. No mesmo comunicado, o Copom alerta que não hesitará em voltar a aumentar a Selic caso não haja refluxo do IPCA.
Mas a percepção do mercado é de que o Banco Central encerrou o ciclo de alta dos juros, o mais longo nos últimos 23 anos. Foi esse o sentimento que permeou as operações no pregão desta quinta-feira.
Ações do setor de educação foram destaques entre as altas: Cogna subiu 8,76%, e Yduqs, 5,80%. Entre as quedas, aparecem IRB Brasil com queda de 5,79% e Magalu, de 3,16%.
Bolsa lá fora sofre com juros americanos
Lá fora, o cenário foi bem negativo e as bolsas fecharam no vermelho. Se aqui a Bolsa de Valores de São Paulo teve um dia festivo pela lição de casa feita com os juros desde o ano passado, nos Estados Unidos, na Zona do Euro, além de outros países, o ciclo de ajustes dos juros mal começou.
As indicações deixadas pelo Federal Reserve (banco central americano) são as de que os juros vão continuar subindo não apenas este ano, mas ao longo de 2023, com a possibilidade de recuo somente a partir de 2024. O temor de que isso traga uma forte recessão é o que atinge as bolsas ao redor do mundo nesse momento.
As bolsas de Nova York encerram o dia em queda: Dow Jones caiu 0,35%; S&P 500, 0,84%; e Nasdaq, 1,37%.