Bolsa registra forte queda, com mercado repercutindo PEC da Transição
Dólar chegou a subir 2%, com investidores preocupados com as contas públicas a partir de 2023
A Bolsa começou esta quinta-feira, 17, em forte queda, com mercado repercutindo PEC da Transição, enquanto dólar avança. Às 10h40, o Ibovespa recua 2,16%, a 107.861 pontos. Os investidores repercutem a minuta da PEC que foi entregue na véspera. A proposta prevê gastos maiores em 2023 e sugere retirar o Auxílio Brasil, que passará a ser Bolsa Família, do teto de gastos de forma definitiva.
Às 10h33, o dólar sobe 1,83%, cotado a R$ 5,47, mas chegou a avançar 2% no início do pregão. Os investidores ampliam preocupações com as contas públicas a partir de 2023 à medida que a proposta apresentada ontem prevê valor extrateto de cerca de R$ 200 bilhões, acima do projetado anteriormente (cerca de R$ 175 bilhões) e sem prazo determinado, o que será negociado ainda com o Congresso bem como o valor final da PEC.
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, disse ontem que não foi apresentada uma "PEC, mas uma proposta, um anteprojeto". Ele afirmou que a discussão sobre o texto final e definição do prazo para despesas extrateto do Bolsa Família cabem ao Congresso, e que as discussões sobre uma nova âncora fiscal ocorrerão apenas no próximo ano.
Bolsas Internacionais
Os índices futuros do mercado norte-americano operam em queda, enquanto as bolsas da Europa também recuam, com os investidores focados na geopolítica e no anúncio de orçamento previsto para o Reino Unido. O ministro de Finanças do país, Jeremy Hunt, revelou que o governo vai elevar o salário mínimo em 9,7% e manter os gastos bilionários previstos para subsidiar gastos energéticos da população. Os mercados globais estão observando os desenvolvimentos na Ucrânia enquanto as consequências de um míssil atingindo o território polonês continuam.
A maioria das bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta quinta-feira, 17, à medida que o mercado se vê pressionado por uma perspectiva de crescimento mais fraco na região, após as exportações do Japão desacelerarem e em meio aos persistentes temores à respeito da atividade na China, que tem relaxado restrições contra a covid-19, mas sem abrir mão de sua política de "covid-zero". Neste ambiente, ações do setor de tecnologia puxaram as perdas nos mercados locais. /Com Agência Estado.
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