Mercado Financeiro

Bolsa inicia julho sem direção definida, e dólar pressionado com incertezas

Avanço da variante Delta do coronavírus deixou mercado mais receoso

Data de publicação:01/07/2021 às 05:00 - Atualizado 3 anos atrás
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O mercado financeiro dá o pontapé aos negócios de novo mês e do segundo semestre com os dois principais segmentos, de ações e de dólar, sinalizando trajetórias distintas.

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, vem de duas quedas seguidas e encerrou junho em 126.801 pontos, longe do pico a que chegou, 130.776 pontos, no dia 7 do mês passado. O dólar sustentou duas altas seguidas nos dois últimos dias de junho, quando chegou a retornar acima de R$ 5, embora tenha fechado ligeiramente abaixo desse nível.

Bolsa fechou junho aos 126 mil pontos, bem abaixo dos 130 mil alcançados ao longo do mês

Segundo especialistas, o cenário neste início do segundo semestre seria mais propício à alta do dólar, diante das incertezas externas e domésticas, e a uma trajetória ainda indefinida da bolsa de valores.

O mercado financeiro dá sinais de que ficou mais cauteloso nos últimos dias com o avanço da variante Delta do coronavírus em alguns países da Europa e na Austrália, onde voltaram as medidas restritivas que, para analistas, podem ser novo desafio ao ritmo de recuperação da economia global.

Um pé no freio na retomada de atividade pelo mundo tende a repercutir negativamente no mercado doméstico, especialmente na bolsa de valores e no mercado de dólar. Os últimos movimentos nesses mercados foram vistos pelos especialistas como um reflexo em parte dessas preocupações.

O cenário doméstico também tem dado contribuição para a baixa do mercado de ações e o ensaio de reação da moeda americana. Cresce a preocupação dos investidores com os desdobramentos dos trabalhos da CPI da Covid, divididas em duas frentes.

Cenário político dá gás ao dólar

Uma pelo crescente ruído político, com sucessão de denúncias que passam a rondar integrantes do alto escalão do governo, e outro pelo efeito de paralisia no andamento de projetos econômicos, como a reforma tributária, que acaba de chegar ao Congresso.

Outra fonte de preocupação nesta virada de semestre é com a inflação, que tende a ser pressionada fortemente pelo reajuste das contas de energia elétrica, em meio a uma severa crise hídrica, o que pode levar o Banco Central a promover ajustes de maior calibre na taxa Selic.

A expectativa de especialistas para o mercado neste início de semestre, diante desse cenário, é uma bolsa de valores sem trajetória clara, marcando passo em torno dos atuais patamares, um dólar mais pressionado e, com a alta da inflação, uma pressão maior sobre os juros, embora a próxima reunião do Copom esteja marcada apenas para o início do próximo mês, dias 3 e 4 de agosto. 

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.