Bolsa fecha em queda de 1,68%, aos 110 mil pontos, com EUA, Petrobras e Vale
Investidores repercutiram dados do mercado de trabalho americano e seguiram temerosos com o aperto monetário agressivo do Fed
A Bolsa fechou o pregão desta terça-feira, 30, em queda de 1,68%, aos 110 mil pontos. O dólar subiu 1,58%, cotado a R$ 5,11.
O Ibovespa seguiu a forte aversão ao risco do exterior, com os investidores repercutindo os dados econômicos dos Estados Unidos referente ao mercado de trabalho, somando às preocupações com a abordagem agressiva do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para reduzir a inflação.
Segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, que constam no relatório Jolts, a abertura de postos de trabalho no país subiu a 11,239 milhões em julho. E o número de junho foi ligeiramente revisado para cima, de 10,698 milhões a 11,040 milhões.
Com o resultado, que aponta que a demanda por mão de obra não mostrou sinais de arrefecimento - os especialistas reforçaram suas apostas em um terceiro aumento consecutivo de 75 pontos-base na taxa básica de juros na próxima reunião do Fed, em setembro.
E, a partir de agora, os olhares se voltam para o payroll do período, que envolve a criação de postos de trabalho no setor público e privado - com exceção do agrícola - que será publicado na sexta-feira, 2.
"Os mercados estão tão focados no Fed , porque um número de empregos muito forte na próxima sexta-feira provavelmente assustará algumas pessoas"
Jeff Buchbinder, estrategista-chefe de ações da LPL Financial
Essa movimentação fez com que os principais índices das bolsas de Nova York fechassem o pregão no negativo.
Bolsas americanas/fechamento
- S&P 500: -1,98% (398,28 pontos)
- Dow Jones: -0,96% (31.790 pontos)
- Nasdaq 100: -1,13% (12.342 pontos)
Brasil: recuo da inflação e o dia na Bolsa
A aversão ao risco dos mercados internacionais teve uma influência mais acentuada no Ibovespa. Internamente, após as estimativas do Boletim Focus do dia anterior ter apresentado um arrefecimento nas expectativas para a inflação em 2022 e 2023, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o IGP-M de agosto caiu 0,70% no período, ante alta de 0,21% em julho.
A queda foi maior do que o esperado pelo mercado, de 0,56%, com estimativas de -0,94% a -0,30%.A inflação acumulada em 12 meses pelo indicador arrefeceu de 10,08% para 8,59% - saindo dos dois dígitos - também abaixo da estimativa intermediária do levantamento, de 8,77%. No ano de 2022, o indicador soma alta de 7,63%.
No âmbito das ações, os papeis de gigantes como Vale e Petrobras também ajudaram a puxar a Bolsa para baixo, em dia de desvalorização do preço das commodities no exterior. A mineradora encerrou o dia em baixa acentuada de 3,27% e a petroleira em forte queda de 5,17% (ações ON) e 5,89% (ações PN).
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
Localiza | RENT3 | +1,09% |
Vibra Brasil | VRBR3 | +1,00% |
Positivo | POSI3 | +0,95% |
Hypera | HYPE3 | +0,76% |
Petz | PETZ3 | +0,67% |
Maiores baixas
Empresa | Ticker | Variação |
CVC | CVCB3 | -7,66% |
Irb Brasil | IRBR3 | -7,53% |
Gol | GOLL4 | -6,22% |
Petrobras | PETR4 | -5,89% |
Banco Pan | BPAN4 | -5,54% |
Bolsas europeias fecham o dia em baixa com EUA e BCE
As bolsas europeias chegaram a subir em parte do dia, mas terminaram a terça-feira com sinal predominantemente negativo, em parte influenciadas pela manhã negativa em Nova York.
A perspectiva de mais aperto monetário pelo Banco Central Europeu (BCE) e o risco de recessão na zona do euro estiveram em foco, enquanto ações de bancos chegaram a apoiar algumas praças.
Na agenda de indicadores da zona do euro, o índice de sentimento econômico recuou de 98,9 em julho a 97,6 em agosto, ante previsão de 97,9 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.
A leitura foi a mais fraca em 18 meses nessa pesquisa. Na avaliação do ING, a percepção dos agentes piora na região com o risco de recessão mais próxima e empresas pessimistas sobre a atividade.
Com a inflação forte, porém, continua a haver perspectiva de aperto monetário. Alguns dirigentes têm se pronunciado nos últimos dias sobre a possibilidade de uma alta de 75 pontos-base na reunião de 8 de setembro, ante a inflação recorde na região da moeda comum.
Já Philip Lane, economista-chefe, argumentou por um "ritmo constante" na elevação para minimizar consequências negativas do aperto. / com Agência Estado
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (pan-europeu): -0,67% (419,81 pontos)
- DAX (Frankfurt): +0,53% (12.961 pontos)
- FTSE 100 (Londres): - 0,88% (7.361 pontos)
- CAC 40 (Paris): -0,19% (6.210 pontos)