Mercado Financeiro

Bolsa fecha em alta com decisões do Fed; dólar também subiu

Redução de estímulos monetários e sinalização de aumento dos juros em 2022 vieram em linha com as expectativas do mercado

Data de publicação:15/12/2021 às 06:42 - Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa de Valores viveu um dia de muita volatilidade em função da reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto, o Fomc, do Banco Central americano, nesta quarta-feira, 15. Mas o fechamento foi em alta de 0,63%, aos 107.431.

A Bolsa, a B3, oscilava antes da reunião, pelas expectativas do anúncio de medidas da política monetária americana, que têm o potencial de mexer com os mercados em todo o mundo, e, depois dela, por divergências de interpretação sobre as possíveis consequências das decisões tomadas pelo Fed (Federal Reserve) nos mercados.

Foto: Envato

As duas principais medidas sinalizadas pelo Fed foram a aceleração no processo de retirada de estímulos monetários da economia, a redução passa a ser de US$ 30 bilhões a cada mês, a partir de janeiro de 2022, além da sinalização de um ciclo de três altas dos juros no ano que vem. Tudo em linha com o que o mercado vinha esperando e precificando nos ativos.

Ao término da entrevista, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a retirada de estímulos da economia deve ser finalizado em março, e a alta dos juros deve ocorrer quando for necessário. Essa alta não de ocorrer antes de uma normalização do mercado de trabalho americano.

Justamente por essa previsibilidade, as bolsas americanas reagiram com alta, logo após a divulgação das decisões, pela falta de novidades e surpresas, o que fez a B3 reagir no mesmo sentido. Mas a reação não foi linear, alternando com quedas, já que menos dinheiro em circulação nos mercados e juros altos são fatores negativos para a Bolsa.

As bolsas americanas também fecharam todas em forte alta: o Dow Jones subiu1,08%, o S&P 500, 1,63%, e o Nasdaq, 2,35%.

O dólar também fechou em alta de 0,25%, cotado as R$ 5,708.

Economia fraca não afetou a Bolsa

Pela manhã, o Banco Central divulgou os dados de outubro do seu índice de atividade (Ibc-Br), considerado uma prévia do PIB. A queda de 0,40% no mês veio em linha com as projeções dos analistas, cujo intervalo ia de recuo de 0,80% à estabilidade, porém somou o quarto recuo consecutivo, o que demonstra fraqueza da economia nacional.

De acordo com André Perfeito, economista-chefe da Necton, a fraqueza na atividade econômica pode ser resumida na combinação de alguns fatores, como a alta da inflação com um mercado de trabalho fraco, que tem levado a uma queda da renda dos consumidores; com a alta dos juros, que cobra um preço difuso na demanda doméstica, seja para o consumo das famílias ou investimentos; e com ruídos políticos que deprimem o otimismo dos consumidores e famílias.

Ainda no campo dos dados, a Fundação Getulio Vargas divulgou os dados do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), que apontou retração de 0,14% em dezembro, após avanço de 1,19% em novembro. O número também veio dentro das expectativas dos analistas.

Com o resultado, o IGP-10 fecha o ano com alta de 17,40%, ante um avanço de 24,16% no mesmo período do ano anterior.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.