Mercado Financeiro

Bolsa de Valores é a aplicação mais rentável de março; dólar lidera no ano

O mercado de ações deu a volta por cima em março. Com desempenho considerado surpreendente, a Bolsa de Valores ocupou o primeiro lugar na lista de…

Data de publicação:01/04/2021 às 05:00 - Atualizado 3 anos atrás
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O mercado de ações deu a volta por cima em março. Com desempenho considerado surpreendente, a Bolsa de Valores ocupou o primeiro lugar na lista de melhores aplicações do mês. O dólar, que ficou em posição modesta em março, sustenta ainda o primeiro posto no ranking do trimestre.

O dólar estaria em posição melhor no mês, não fosse o escorregão de última hora, no último dia do mês, nesta quarta-feira, 31. Ainda que em trajetória irregular, o dólar encontrou força para subir ao longo de março. O combustível para a alta foram as crescentes preocupações com o risco fiscal, de desarranjo maior nas contas públicas, do País.

Bolsa de Valores liderou o ranking de março, mas no ano resultado ainda é negativo

Tradicional e historicamente, em cenário de incertezas políticas e econômicas o investidor procura proteger seu capital com a compra de dólar. Até porque a taxa de juros negativa, referenciada na Selic de 2,75%, torna desinteressantes as opções na renda fixa.

Os juros, contudo, não andaram dissociados do câmbio. E atuaram como um dos fatores de baixa. Isso ocorreu quando os juros futuros deram um esticão, para longe do juro DI à vista, e atraíram capitais externos para aplicação em juro no País. Esse movimento de entrada de capitais aumentou a oferta de dólar e pressionou as cotações para baixo.

Outro fator que tem dado certo suporte ao dólar é a perspectiva de crescimento mais forte da economia americana. Essa possibilidade reforça a ideia de alta da inflação, o que fortalece a expectativa de elevação dos juros. E isso tem causado uma valorização global do dólar.

A elevação da Selic não animou a renda fixa. Um segmento que continua apanhando da inflação. E nada indica que esse descompasso seja eliminado em pouco tempo. Primeiro, porque a Selic tende a subir gradualmente, sem uma paulada, e a inflação não dá sinais de trégua.

Isso significa que a estratégia do investidor não muda. Especialistas orientam que devem ir para opções conservadoras de renda fixa, as que remuneram menos, apenas o dinheiro guardado como reserva para atender necessidades emergenciais. Os dados da tabela do balanço deixam claras as disparidades entre o rendimento dessas aplicações e a inflação corrente, seja pelo IGP-M, seja pelo IPCA.

Quem permanece com o dinheiro ancorado na renda fixa tradicional está perdendo patrimônio, em um processo de descapitalização que não é de agora. Ela tem ocorrido desde que a inflação reapareceu, em meio à pandemia, e  passou a corroer o poder de compra da moeda.

Recursos disponíveis por mais tempo, que se amoldam ao perfil de investimento, podem encontrar melhores oportunidades na renda variável, como bolsa de valores, ou em títulos de vencimento mais longo.  A plataforma do Tesouro Direto oferece títulos públicos com várias características e indexadores. Uma exigência, para melhor retorno, é a  aplicação por períodos longos, em geral de anos.

Confira quanto renderam as aplicações em março e no primeiro trimestre, de acordo com os cálculos do administrador de investimentos Fabio Colombo.

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.