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Bolsa cai 1,16% aos 116 mil pontos com revisão de inflação para cima; dólar recua 0,36%

A perspectiva de inflação fora de controle atingiu as bolsas ao redor do mundo

Data de publicação:11/04/2022 às 05:54 - Atualizado 2 anos atrás
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A semana começou com o mercado financeiro revisando para cima suas projeções de inflação e juros, depois que o IPCA de março, de 1,62%, divulgado na última sexta-feira, veio acima das expectativas. A alteração do cenário afetou a Bolsa de Valores, a B3, que fechou com queda de 1,16%, aos 116.952 pontos. O dólar também caiu, 0,36%, e ficou cotado a R$ 4,69.

Ainda pela manhã, a fala do presidente do Banco Central de que a alta da inflação surpreendeu e de que há necessidade de "ver se muda algo na tendência" foi entendido como uma mudança de rota da autoridade monetária. Isso porque Campos Neto vinha batendo na tecla de que haveria apenas mais um aumento, de 1 pp. em maio para encerrar o ciclo de ajuste dos juros com a Selic a 12,75%.

Foto: Reprodução

Ao admitir surpresa com a inflação mais elevada, o presidente do BC deixa uma porta aberta para outros aumentos da Selic, se necessários. Juros altos tendem a reduzir o consumo, a inibir o crescimento e a empacar a economia.

Campos Neto argumentou ainda que a inflação de núcleos no Brasil está na média de outros países emergentes e voltou a dizer que a tendência é muito alta em todo o mundo.

Inflação é vilã para as bolsas globais

Lucas Carvalho, especialista em Renda Variável da Blue3, ressalta que a perspectiva de elevação da inflação foi a principal vilã e fez a bolsa cair não só aqui, mas nos mercados internacionais nesta segunda-feira, 11.

"Na madrugada, os mercados asiáticos fecharam no campo negativo repercutindo os dados de inflação na China acima do esperado, tanto a inflação ao produtor (8,3%) e ao consumidor (1,5%) vieram acima do projetado em sua base anualizada", explica ele.

Além disso, o país chinês segue enfrentando dificuldades no combate à covid-19. As medidas de restrição adotadas devem reduzir o seu crescimento do país e alguns analistas já projetam um crescimento de 5%, abaixo da meta oficial de 5,5%.

Carvalho também ressalta que as bolsas na Europa fecharam no campo misto sem direção definida, com investidores aguardando decisão do Banco Central Europeu na quinta-feira sobre a política monetária.

As eleições na França também ganharam destaque, com a definição dos candidatos para o segundo turno, Emanuel Macron, atual presidente, e Marine Le Pen, extrema direita. Pesquisas apontam vantagem do atual presidente, fazendo com que o CAC-40 fechasse com 0,76% de alta.

Já nos EUA as atenções se voltam para os dados de inflação que serão divulgadas amanhã, com previsões de atingir 8,5% no ano, se mantendo nos maiores patamares dos últimos 40 anos.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.