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Após concordata da FTX, Sam Bankman-Fried tenta levantar dinheiro que deve a usuários, diz jornal americano

Rombo computado pela empresa seria de até US$ 8 bilhões

Data de publicação:16/11/2022 às 03:27 - Atualizado um ano atrás
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A FTX entrou com pedido de falência na semana passada, mas o fundador da bolsa de criptomoedas acredita que pode captar recursos suficientes para ressarcir integralmente os usuários, de acordo reportagem publicada nesta quarta-feira, 16, pelo Wall Street Journal.

Citando fontes próximas ao assunto, o jornal afirma que o rombo computado pelo empresário seria até de até US$ 8 bilhões. Sam Bankman-Fried, ao lado de alguns dos funcionários remanescentes, passou o último fim de semana tentando atrair investidores para cobrir esse déficit, na esperança de reembolsar os clientes da FTX.

FTX entrou com pedido de concordata na última sexta-feira - Foto: Reprodução

Até o momento, os esforços para cobrir o déficit não foram bem-sucedidos. O The Wall Street Journal não conseguiu descobrir o que Bankman-Fried oferece em troca de uma potencial injeção de dinheiro ou se obteve o compromisso de algum investidor.

Concordata e renúncia

A FTX entrou com pedido de concordata na sexta-feira e Bankman-Fried renunciou ao cargo de CEO da empresa. Ele continua sendo o maior acionista. O anúncio da falência surpreendeu os clientes da FTX que esperavam poder recuperar ativos. Os tuítes agora excluídos de Bankman-Fried, nos dias anteriores ao pedido, garantiam aos usuários que a empresa estava "bem".

Empresas sob proteção de falência às vezes recebem empréstimos destinados a ajudar a manter as operações. O financiamento de devedores em posse significa que, se as empresas sobreviverem, os primeiros recursos que receberem devem ser destinados ao pagamento dessa linha. Não é comum uma empresa tentar levantar novos recursos no início do processo de falência, uma vez que os devedores têm prioridade sobre os ativos remanescentes.

Mesmo que Bankman-Fried conseguisse levantar recursos, teria de negociar com os credores e obter a aprovação das autoridades do tribunal de falências.

No caso de Bankman-Fried, os recursos não são destinados a sustentar uma equipe básica, mas a reembolsar investidores individuais e clientes institucionais que não conseguiram sacar fundos, segundo as fontes.

Alameda Research

A FTX emprestou bilhões de dólares em ativos de clientes para financiar apostas arriscadas de sua empresa de trading coligada, a Alameda Research, conforme informou o Journal, o que abriu caminho para o rápido colapso. Na semana passada, Bankman-Fried disse aos investidores que precisava de um financiamento de emergência para cobrir um déficit de até US$ 8 bilhões devido a pedidos de retirada.

Mais de um milhão foram prejudicados

A falência da FTX pode envolver mais de um milhão de credores, segundo informaram os advogados, por meio dos documentos judiciais na segunda-feira. Antes de pedir concordata, Bankman-Fried havia falado com empresas como as bolsas de criptomoedas concorrentes Coinbase e Kraken, além de fundos de hedge e investidores de capital de risco na esperança de obter socorro financeiro, de acordo com fontes próximas a essas negociações. A principal rival, a Binance, concordou rapidamente em comprar a FTX, mas depois desistiu.

A quantia necessária para tornar a FTX solvente deve representar múltiplos dos US$ 1,9 bilhão que a empresa levantou durante toda sua existência. A rodada de financiamento mais recente da FTX ocorreu em janeiro, quando captou US$ 400 milhões junto a uma longa lista de nomes do Vale do Silício e de Wall Street, incluindo Tiger Global e SoftBank Group.

Durante o verão do hemisfério norte, a FTX iniciou negociações para arrecadar mais US$ 1 bilhão de investidores, com o objetivo de adquirir empresas em meio à retração do mercado, segundo fontes. A FTX esperava fechar a rodada em setembro, mas teve dificuldades, disseram as fontes. Bankman-Fried visitou o Oriente Médio semanas antes do colapso da empresa em busca de fundos, acrescentaram as fontes.

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