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Acordo de US$ 75 bilhões da Microsoft com a Activision Blizzard obtém aprovação da UE

Mas há outras barreiras regulatórias a serem vencidas, como a do Reino Unido, para concretizar o negócio

Data de publicação:15/05/2023 às 04:34 - Atualizado um ano atrás
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A aprovação do órgão aintitruste da União Europeia foi um passo importante, mas ainda não definitivo para a Microsoft conseguir fechar e aprovar a operação de US$ 75 bilhões para a compra da Activision Blizzard , desenvolvedora de games. Segundo reportagem do Wall Street Journal, há outras barreiras regulatórias a superar.

A decisão da União Europeia vem semanas depois que o regulador do Reino Unido rejeitou o acordo, dizendo que prejudicaria a concorrência no mercado de jogos do país. A Microsoft disse que apelaria dessa decisão., de acordo com o jornal. 

Reino Unido rejeita acordo ente Microsoft e a Blizzard porque pode prejudicar a concorrência de mercado - Foto: Reprodução

Essa aprovação da UE, em Bruxelas, não terá qualquer influência legal direta sobre o processo no Reino Unido, mas os advogados antitruste acreditam que a Microsoft tem agora grandes chances de anular a decisão britânica.

Ainda assim, a decisão da UE significa que a Microsoft superou pelo menos um dos três maiores obstáculos regulatórios que enfrentou ao buscar o acordo. A Comissão Federal de Comércio dos EUA processou a Microsoft para bloquear o acordo e agendou uma audiência para o caso em seu tribunal administrativo para agosto, de acordo com a reportagem.

Divergências

A divergência nas decisões da UE e do Reino Unido pode injetar um novo senso de confusão sobre a postura que os maiores reguladores do mundo estão adotando na realização de grandes negócios.

Antes de o Reino Unido deixar a UE, seus reguladores antitruste ficavam à margem de grandes negócios como este. Mas Londres, desde sua separação de Bruxelas, tornou-se rapidamente um dos reguladores globais mais importantes quando se trata de fusões e aquisições.

Para as empresas, a aprovação da UE pode tornar mais fácil para a Microsoft apresentar a decisão do Reino Unido como um valor atípico, inclusive durante um processo de apelação do Reino Unido, disseram alguns advogados e analistas antitruste. O acordo enfrenta perspectivas assustadoras de liberar tal recurso, uma vez que o processo é focado estritamente no procedimento.

A decisão do Reino Unido foi baseada no que os reguladores disseram ser a natureza anticompetitiva do acordo apenas naquele país. Mas alguns advogados antitruste dizem que há questões legais sobre se a Microsoft poderia conquistar o mercado do Reino Unido de forma eficaz. 

O Reino Unido é o sexto maior mercado de software de videogame do mundo por país, de acordo com o rastreador da indústria Newzoo. A China é a maior, seguida pelos Estados Unidos.

A aprovação da UE também pode levar em consideração os argumentos da Microsoft perante o juiz de direito administrativo da FTC e pode influenciar outros reguladores, como Austrália e Nova Zelândia, que não anunciaram decisões sobre a aprovação ou não do acordo.

“Formalmente, eles não olham para outras jurisdições”, disse Herbert Hovenkamp, ​​ao Wall Street Jornal, um estudioso jurídico antitruste da Wharton School da Universidade da Pensilvânia, em referência à FTC. “Mas informalmente, eles vão, especialmente se vários estiverem indo na mesma direção.”

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