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Fundos de Investimentos

Correlação: o que é e qual sua importância na diversificação dos investimentos?

Você já ouviu falar em correlação nos investimentos? Esse é um conceito extremamente importante na hora de montar uma carteira diversificada, porém em muitos casos acaba…

Data de publicação:15/04/2022 às 09:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Você já ouviu falar em correlação nos investimentos? Esse é um conceito extremamente importante na hora de montar uma carteira diversificada, porém em muitos casos acaba ficando em segundo plano ou até mesmo ignorado.

Quando isso acontece, o principal efeito é uma exposição ao risco muito maior do que você mesmo imagina. Assim, em períodos de crise ou turbulência, o susto pode ser grande.

Para evitar esse tipo de situação, hoje vamos explicar tudo sobre o que é correlação e qual a sua importância na montagem da sua carteira de investimentos. Fique conosco até o final, pois temos uma dica especial de como você pode verificar esse fator com uma ferramenta do nosso site.

O que é correlação?

A correlação é um conceito estatístico que visa compreender a relação que existe entre duas variáveis. No caso do Mercado Financeiro, essa é a abordagem para entender o comportamento entre dois ativos.

De maneira mais objetiva e deixando a teoria de lado, isso significa entender se os dois ativos apresentam um comportamento semelhante ou diferente de acordo com os acontecimentos econômicos.

Neste sentido, ao avaliar esses ativos, podemos encontrar dois tipos de correlação:

  • Correlação positiva
  • Correlação neutra
  • Correlação negativa

Vamos entender cada uma delas antes de contextualizar a sua importância na montagem de uma carteira de investimentos.

Positiva

A correlação positiva representa que quando um ativo sobe, o outro tende a subir também. Ou seja, temos um comportamento similar entre as nossas duas variáveis.

Um exemplo de correlação positiva é você investir em dois fundos de investimentos em ações (FIA) e comprar um ETF do índice Ibovespa (BOVA11), por exemplo. Ambos caminharão de maneira semelhante, pois se trata de um mesmo mercado.

É claro que cada modalidade de investimento tem uma carteira diferente de ativos, não configurando necessariamente em uma correlação perfeita. No entanto, não há tanta diversificação neste caso: a sua exposição ao risco é muito similar, pois todos os ativos são da mesma classe (mercado de ações).

Negativa

Já a correlação negativa tem o efeito exatamente contrário ao da correlação positiva. Ou seja, a tendência de subida de um ativo se configura em uma tendência de queda do outro.

A melhor forma de entender esse cenário é pensar novamente no Ibovespa, mas agora comparando-o com a Taxa Selic, nossa taxa básica de juros. Quando a Selic está alta, ela torna os investimentos em renda fixa (como Poupança, CDB e títulos públicos) mais atrativos.

No entanto, com a queda da taxa básica de juros, essa atratividade se perde. Quando temos um cenário de taxas de juros baixa, é natural um aumento do interesse em renda variável, buscando melhor rentabilidade.

Ou seja, temos um comportamento oposto entre a Taxa Selic e o Ibovespa. Quando um está atrativo, o outro naturalmente tende a cair. E vice-versa.

Neutra

Por fim, ainda temos a correção neutra que, ao contrário das duas anteriores, representa que não há qualquer tendência entre os dois ativos que estão sendo analisados.

Ou seja, ao encontrar esse tipo de situação, um ativo pode se comportar de maneira livre em relação ao outro. Sendo assim, pouco importa se um deles sobe ou desce, pois não há influência no comportamento do outro.

Qual seu impacto na composição de uma carteira diversificada?

Agora que você já conhece os dois lados da correlação, talvez tenha percebido como ela é importante na hora de diversificar a sua carteira. Para isso, é essencial que você tenha ativos com correlação negativa em parte da sua carteira.

Retomando o nosso exemplo, investir em fundos de ações e no Ibovespa não traz grande proteção. Você terá ótimos ganhos quando o Mercado de Capitais estiver vivendo um período de alta, mas terá de lidar com fortes quedas em momentos de recessão.

Se esse é realmente o seu objetivo, isto é, você quer ter exposição apenas a um mercado específico, tudo bem. No entanto, a maior parte dos investidores deve ter uma carteira diversificada e essa estratégia exige uma composição com ativos que apresentem correlação negativa.

Além disso, vale lembrar que a diversificação pode ocorrer dentro da própria classe de investimento. Suponha, por exemplo, que você tenha dez fundos imobiliários (FII) na sua carteira. Isso significa diversificação? Não necessariamente.

Se esses dez fundos são, por exemplo, todos do setor de shopping center, então não há diversificação. Esse é um setor muito exposto ao varejo e às condições econômicas do país. Não é o mesmo impacto de outros segmentos (como lajes corporativas), pois os contratos já estão estabelecidos.

Portanto, é fundamental ter ativos que caminhem em direções diferentes para cada situação econômica. Essa é a melhor maneira de garantir uma carteira diversificada e preparada para os diferentes momentos econômicos.

Como saber se a minha carteira de fundos de investimentos é diversificada?

No começo deste artigo, nós prometemos uma dica poderosa para entender a correlação dos seus ativos. Estamos falando da nossa ferramenta de comparação de fundos de investimentos. Nela, você tem como conferir esse indicador entre diferentes fundos.

A escala de correlação vai de -1 até +1. Quando o valor for de +1, há máxima correlação positiva. Ou seja, quando um ativo subir de preço, o outro irá subir na mesma proporção.

Já quando o valor for -1, a lógica é invertida: quando um ativo subir de preço, o outro irá cair na mesma proporção.

Vamos entender como isso funciona na prática.

Selecionando fundos para análise de correlação

A nossa ferramenta de comparação de fundos facilita muito esse processo. Para encontrá-la, o primeiro passo é selecionar os fundos que você deseja comparar. Destacamos abaixo, em vermelho, o campo de preenchimento. Basta começar a digitar e a própria ferramenta começará a sugerir os fundos com nomenclatura semelhante.

Em seguida, você pode facilmente adicionar novos ativos pelo ícone ao lado do fundo que foi selecionado inicialmente. Veja na imagem abaixo como é tranquilo de encontrar esse botão e colocar mais produtos na nossa comparação.

Agora, após a sua seleção, todos os dados dos fundos selecionados estão disponíveis para comparação. Neste tutorial, nós vamos usar cinco fundos de investimentos para entender como funciona a análise da correlação entre diferentes ativos no mercado financeiro. São eles:

  • Alaska Black Institucional FIA
  • IP Participações IPG FIC FIA BDR Nível I
  • ARX Elbrus FIC Incentivados Investimento Infraestrutura RF
  • Giant Zarathustra FIC FIM
  • Trend Ouro Dólar FIM

Esses cinco fundos não foram escolhidos por mero acaso, mas sim pelo potencial educativo para que você tenha maior intimidade com o nosso tema de hoje. Antes de falar sobre a correlação em si, vamos analisar a rentabilidade desses nossos fundos.

Entendendo a correlação dos fundos de investimentos

Abaixo, nós temos o gráfico de rentabilidade dos nossos cinco fundos de investimentos. Neste momento, não se preocupe em olhar para a rentabilidade (positiva ou negativa), mas sim para o comportamento das linhas entre si.

Dentro dessa comparação você perceberá que duas linhas andam muito próximas o tempo todo. É o caso do nosso fundo de ações da Alaska Black e do Ibovespa, que é o principal índice do nosso mercado de ações. Esse é um comportamento natural de dois produtos que estão expostos à mesma classe de ativos (ações brasileiras). Isso significa, portanto, uma alta correlação positiva entre ambos.

Observe também como as demais linhas não apresentam o mesmo comportamento, sendo que a linha azul escura, representando o fundo de ouro e dólar da XP Investimentos, apresenta uma rentabilidade bem positiva no período mais recente, enquanto que os nossos ativos de ações despencaram. Apenas para contextualizar, esse foi um reflexo da crise gerada pelo surto da pandemia da COVID-19.

Essas relações de comportamento dos nossos ativos nada mais representa, de forma prática, o que é a correlação entre os fundos. E como podemos obter a métrica exata desses cinco produtos? É bem fácil na nossa plataforma: após selecionar os ativos que deseja comparar, role a tela para baixo até encontrar o Gráfico de Correlação.

Como analisar a correlação dos fundos de investimentos?

A tabela anterior pode parecer confusa, mas é bem simples de entender. Nas linhas horizontais e verticais você terá cada fundo, além de um benchmark (no caso, o CDI). Repare que mantivemos as cores em cada uma delas para facilitar.

Além disso, caso sinta alguma dificuldade na análise dos dados, você pode clicar nos números que a nossa plataforma apresentará uma imagem mostrando a quais fundos esse valor se refere.

Outro ponto importante: há uma linha diagonal com o resultado 1.00. Isso ocorre porque essa linha compara os fundos com eles mesmos. Logo, nada mais natural que o comportamento ser exatamente igual.

Para conferir a correlação entre os fundos, é só analisar as linhas em que os fundos se cruzam. E, diante da comparação proposta para esse artigo, podemos encontrar diversas conclusões sobre esses fundos, considerando que eles formam uma eventual carteira de investimentos. Veja algumas dessas observações:

  • A correlação do Alaska Black com o Ibovespaé de 0,93, extremamente alta. Isso comprova a nossa expectativa inicial de que o comportamento desses dois fundos apresenta uma correlação positiva. Ou seja, quando um sobe, o outro tende a subir em proporção similar. E vice-versa.
  • No entanto, nem todos os mercados de ações se comportam da mesma forma. E isso fica claro quando olhamos uma comparação do Alaska Black (ou do próprio Ibovespa) com o fundo da IP, que investe em BDRs e tem exposição a mercados globais. Observe como a correlação ainda é alta, mas reduzida (0.75).
  • Em outro momento, repare como os fundos de ações têm correlação zero com o CDI, que é um indicador importante da renda fixa. Ou seja, os ativos não apresentam um comportamento direto entre si. É o caso da correlação neutra. Quando colocamos uma estratégia quantitativa, oferecida pelo fundo da Giant Steps, esse efeito também é encontrado.
  • Por fim, podemos observar que praticamente todos os fundos oferecem uma correlação negativa com o fundo Trend Ouro Dólar FIM. Isso acontece porque os demais produtos são do mercado brasileiro que, historicamente, são antagônicos a ativos mais seguros (como ouro e dólar). Portanto, eles se comportam de forma oposta, como podemos conferir no gráfico de rentabilidade anteriormente.

Diversificação de carteira x correlação

Deu para entender a lógica da correlação nos fundos de investimentos? Com a nossa ferramenta, vai ficar mais fácil identificar o comportamento dos seus fundos favoritos e montar uma carteira realmente diversificada.

Repare que, caso você tivesse dividido seu patrimônio entre o fundo Alaska Black Institucional e o BOVA11 (que é um ETF que replica o desempenho do Ibovespa), não haveria nenhuma diversificação. Ou seja, você perderia dinheiro na mesma intensidade e sem nenhuma proteção em momentos de crise — algo que, infelizmente, veio a acontecer.

No entanto, se você tivesse apenas um deles e uma parte do seu patrimônio posicionada no fundo da XP que visa acompanhar o efeito do ouro e do dólar, a correlação negativa teria protegido o seu patrimônio desse tipo de queda no Mercado Financeiro. Essa é, afinal, a grande sacada da diversificação de investimentos.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.
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