Fundos Imobiliários

‘Tentativa de retaliar atuação independente’, diz Suno sob investigação

Grupo Suno diz que a casa de análise alerta clientes desde maio de 2021 sobre riscos na gestão do fundo HCTR11

Data de publicação:14/02/2023 às 08:35 - Atualizado 2 anos atrás
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Sob investigação nesta terça-feira, 14, a Suno se manifestou afirmando que a ação é uma tentativa de retaliar a atuação independente da casa de análise. 

Na manhã de hoje, a empresa foi alvo de investigação de uma ação privada por uma suposta manipulação no mercado de fundos imobiliários. As investigações envolvem, inclusive, o fundador e analistas da Suno.

FOTO: Reprodução

A nota divulgada pelo Grupo Suno ressalta que “a medida foi determinada em uma ação de produção antecipada de provas, ajuizada pela Hectare Capital Gestora de Recursos Ltda., sob a falsa alegação de que a Hectare e fundos por ela geridos teriam sido vítimas de uma campanha difamatória promovida pela Suno”.

No comunicado, a empresa afirmou que a Suno Research alerta seus clientes desde maio de 2021 em relatórios fundamentados e assinados por seus analistas sobre riscos na gestão do fundo HCTR11. E que em relatórios consecutivos nos meses seguintes, os analistas pediram para que a Hectare desse mais transparência sobre sua gestão de risco. Mas isso não ocorreu, segundo o Grupo Suno.

“Portanto, a referida ação é uma degradante tentativa da Hectare de retaliar a atuação firme e independente da Suno na sua atividade de análise de valores mobiliários, em detrimento da adequada disseminação de informações no mercado de capitais.”

Entenda o caso

A operação de busca e apreensão foi determinada pela 42ª Vara Cível de São Paulo em cinco endereços de três cidades (São Paulo, Porto Alegre e Goiânia). No caso da Suno, a investigação ocorre na sua sede em São Paulo.

O fundador da Suno, Tiago Reis, e dois de seus analistas e influenciadores (Vitor Duarte e Marcos Baroni) também estão sendo investigados.

A especulação se dá em torno de oscilações das cotas de fundos imobiliários após publicações feitas por eles em suas redes sociais. Um dos ativos sob investigação é FII HCTR11.

Em abril de 2022, houve uma oscilação atípica neste fundo, com variação de mais de 20% em um curto espaço de tempo. A empresa é suspeita de desvalorizar o HCTR11 e indicar aos cotistas o investimento nos fundos da própria Suno Asset.

Confira a nota na íntegra:

“Na manhã de hoje, oficiais de justiça realizaram diligência na sede da Suno, com base em mandado de busca e apreensão expedido pelo juízo da 32º Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo. A medida foi determinada em uma ação de produção antecipada de provas, ajuizada pela Hectare Capital Gestora de Recursos Ltda., sob a falsa alegação de que a Hectare e fundos por ela geridos teriam sido vítimas de uma campanha difamatória promovida pela Suno. A Suno Research alerta seus clientes desde maio de 2021 em relatórios fundamentados e assinados por seus analistas sobre riscos na gestão do fundo HCTR11. Em relatórios consecutivos nos meses seguintes, os analistas pediram para que a Hectare desse mais transparência sobre sua gestão de risco, o que não ocorreu. Portanto, a referida ação é uma degradante tentativa da Hectare de retaliar a atuação firme e independente da Suno na sua atividade de análise de valores mobiliários, em detrimento da adequada disseminação de informações no mercado de capitais. A Suno ressalta que jamais negociou, não está negociando e nem pretende negociar cotas de emissão do Fundo HCTR11 e que seus relatórios de análise cumprem integralmente a legislação e a regulamentação em vigor, sujeitando-se a controles internos rigorosos. Após se manifestar no âmbito da referida ação de produção antecipada de provas para esclarecer os fatos ao juízo competente, a Suno adotará as providências para que seja reparada pela falsa acusação formulada pela Hectare. Por fim, a Suno reitera que as diligências realizadas estão associadas a uma ação privada de natureza civil, a qual não é movida pelo Ministério Público, pela polícia ou por outras autoridades públicas.”

Sobre o autor
Mari GalvãoRepórter de economia na Mais Retorno