Setor de Serviços cresce 3,7% em fevereiro, diz IBGE, e recupera perdas com a pandemia
O setor de serviços apresentou resultado positivo em fevereiro: as receitas cresceram 3,7% em relação a janeiro. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE. Mais do…
O setor de serviços apresentou resultado positivo em fevereiro: as receitas cresceram 3,7% em relação a janeiro. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
Mais do que a alta em si, vale ressaltar que os números vieram bem acima das expectativas de mercado e permitiram completar nove meses consecutivos sem perdas. De junho de 2020 a fevereiro de 2021 o avanço acumulado é de 24%.
Dessa forma, o índice que mede o desempenho do segmento de serviços recuperou as perdas decorrentes da pandemia, alcançando um nível 0,8% acima do registrado em fevereiro de 2020.
Considerando o período de 12 meses, o resultado é ainda negativo, de 8,6%, pior desempenho da série histórica desse indicador, iniciada em janeiro de 2011.
De todo modo, o crescimento superou as projeções dos analistas da XP Investimentos, que trabalhavam com alta de 1,9%. No trimestre móvel, de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021, o resultado foi positivo de 3,8%.
Rodolfo Margato, economista da XP, afirma que a elevação do faturamento real do setor de serviços foi disseminada entre as principais categorias em fevereiro, mas ressalta que a recuperação acontece em níveis distintos entre as atividades de serviços.
“Em linhas gerais, os serviços prestados às empresas estão se recuperando, embora a um ritmo moderado”, diz ele. “Os serviços prestados às famílias continuam sofrendo com medidas de isolamento social, inflação pressionada e menor massa de renda ampliada disponível”.
Em sua opinião, esses serviços devem se recuperar de forma consistente apenas após avanços adicionais na campanha de imunização contra a Covid-19.
Entre as cinco principais categorias de serviços, três delas estão com níveis correntes de faturamento real acima dos patamares pré-pandemia. Os destaques mais positivos ficaram com serviços de Informação e Comunicação, 2,5% acima; e serviços de Transporte e Armazenagem”, também 2,5% acima. Ambos favorecidos, em boa parte, pela recuperação do setor industrial
Em contrapartida, destaca o economista, os serviços prestados às famílias mostram receitas reais ainda 21,5% abaixo dos níveis pré-crise.
Margato afirma que o agravamento da pandemia nas últimas semanas, com as consequentes medidas de distanciamento social mais rígidas, parece ter impactado o setor terciário de forma significativa. O que leva a projeções de queda de 4,2% no setor de serviços em março.
Se essa estimativa se confirmar, o faturamento real de serviços no primeiro trimestre deste ano ainda terá resultado positivo, de 2,0%, com resultado negativo de 2,5% em 12 meses.