Economia

Qual a melhor estratégia para o investidor na reta final das eleições; confira

Posições mais conservadoras são indicadas nesse momento de volatilidade dos mercados

Data de publicação:28/10/2022 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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Às vésperas do final da corrida eleitoral, os mercados reagem com instabilidade e, por isso, adotar uma posição de cautela parece ser a conduta mais indicada, segundo os especialistas. É ficar fora dos ativos de risco para atravessar a votação de 2º turno das eleições na escolha de presidente do País, neste domingo, dia 30.

Mais propensa a seguir os mercados externos, a Bolsa de Valores, a B3, tem se mostrado sensível a resultados das últimas pesquisas, ao sobe-e-desce dos candidatos. O cenário político vem prevalecendo sobre os fundamentos econômicos ou o comportamento das bolsas internacionais.

Com as eleições, a Bolsa descolou dos mercados internacionais

Rodrigo Natali, sócio e estrategista-chefe da Inv, não teve dúvidas para orientar todos os seus clientes a saírem da Bolsa e esperar passar o segundo turno e ver quem ganhou para, a partir daí, tomar decisões.

"Esse movimento de alta ou queda muito forte não é saudável, não recomendamos operar neste evento para tomar esse nível de risco".

Rodrigo Natali, da Inv

O especialista de investimentos da Mais Retorno, Luís Felipe Vieira, entende que o investidor deve considerar mais o horizonte de longo prazo para decidir onde alocar seus recursos. Segundo ele, quando se fala em ações, a construção de fatos funciona em prazos mais dilatados.

Mas em qualquer um dos dois cenários de governo, Vieira explica que estará no radar do mercado uma possível problemática em relação às contas públicas. Só que com um Congresso mais à direita, como resultado do 1º turno, o próximo governo terá dificuldades para aprovar projetos que impactem o aspecto fiscal deliberadamente.

Os temores sobre possíveis "ruídos institucionais" com contestação dos resultados que possam ocorrer com a vitória do candidato do PT também retraíram a entrada de capital estrangeiro na B3, lembra Leonardo Morales, sócio e diretor da SVN Gestão de Recursos.

Em 2022, o Brasil recebeu um fluxo de investimento estrangeiro muito forte, com a migração de recursos, que saíram da Europa e da China. Só na Bolsa doméstica entraram mais de R$ 60 bilhões em aplicação. Mas, neste momento, de acordo com Morales, existe um receio entre investidores estrangeiros de algum tipo de impasse institucional por conta das eleições.

Esse movimento leva a uma depreciação dos ativos, segundo o sócio da SVN que, ao mesmo tempo, reconhece que as últimas correções foram positivas para o índice.

"É muito dificil a gente montar uma posição de investimento na expectativa de eleição de um dos dois. Em termos de alocação de porfólio e investimentos, passada a eleição, o mercado estará de olho no cenário fiscal do Brasil".

Leonardo Morales, SVN

A diversificação é indicada por Morales como uma estratégia de defesa dentro de um cenário com muitas incertezas. Para ele, dentro de renda variável, uma carteira pode contar com um percentual em estatais, que tendem a se beneficiar com uma possível reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro.

Já pensando em papéis que podem performar bem em qualquer que seja o governo, ele cita empresas do setor de energia elétrica, como a Eletrobras. Em renda fixa, Morales também reitera uma porcentagem da carteira com papéis indexados a CDI+ e um pouco de alocação em papéis atrelados à inflação, citando que as deflações foram pontuais com os cortes de impostos e que naturalmente o índice deve voltar a subir.

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