Fundos de Investimentos

Fundo de cripto QR Blockchain é lançado na plataforma da XP com foco em gestão ativa

Gestão ativa do fundo pode blindar mais o patrimônio do investidor em meio às incertezas

Data de publicação:27/09/2022 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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O fundo de criptoativos QR Blockchain Assets FIM IE passou a ser oferecido pela plataforma da XP Investimentos. Trata-se de um fundo com gestão ativa para proteção da carteira em mercado volátil, 100% alocado em criptomoedas e exposição à tecnologia blockchain. Disponível a investidores qualificados, com pelo menos R$ 1 milhão empregado no mercado financeiro.

O fundo foi lançado em abril de 2020 e, de lá até 21 de setembro deste ano, a rentabilidade acumulada é de 88,62%, superando com boa margem o seu benchmark, o CDI, que apresenta alta de 15,28% no mesmo período.

O QR Blockchain chegou a exibir uma valorização superior a 566%, desde o seu lançamento até novembro de 2021. Desde então, o fundo vem perdendo força atingido pelo tombo das criptomoedas. Se a base de comparação for de 12 meses, as posições se invertem: o CDI tem valorização de 10,69%, e o fundo, uma queda de 57,80%.

"Cripto é uma classe de ativos nova, um pouco mais volátil. Precisa investir a quantidade correta. Não é para colocar 20%, 30%, 50% do patrimônio do cliente. É uma coisa em torno de 5 ou 10%. É para ser pouco, e esse pouco pode ficar grande", recomenda Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset.

Maior conhecimento sobre mercado cripto é fundamental

Nesse sentido, o diretor considera o processo de educação financeira fundamental: "Não adianta nada o cliente colocar muito, e se machucar, ele nunca mais volta. A venda correta, dentro do 'processo de suitability', leva em conta o perfil do cliente, e essa tem sido uma grande bandeira".

Ao mesmo tempo, ele ressalta que um dos méritos para um ativo estar no portfólio não é decorrente de pouca volatilidade, mas por ser descorrelacionado de muitas variáveis.

Foto: Yuriko Nakao/Getty Images

"Cripto tem vantagem nesse ambiente em que estamos vivendo bastante inflacionário". Quando todos os ativos vão para determinada direção, ou caem, as criptos podem subir." Por isso, "a ideia de não ter todos os ovos na mesma cesta é uma das grandes teses de investimentos", reforça ele.

Mas de certa forma, os criptoativos não estão lá tão isolados do resto do mundo. Foi o processo de elevação dos juros pelo mundo, em especial nos Estados Unidos, com a perspectiva de menor crescimento econômico, que castigou feio o setor de tecnologia em geral, incluindo o universo cripto.

A gestão ativa do fundo é uma forma de blindar o patrimônio dos cotistas diante das turbulências, explica o Ludolf. O QR Blockchain está sob o guarda-chuva dos multimercado, com boa flexibilidade para a composição da carteira.

"Na gestão ativa não me obrigo a ficar 100% comprado. Eu posso fazer um pouco de caixa, defender um pouco a carteira quando o mercado está disfuncional. Esses são os grandes méritos em relação à gestão passiva e aos ETFs", defende o gestor.

A taxa de alocação média do QR BLockchain é da ordem de 80%, relata ele, mas em momentos de maior incerteza do mercado, esse porcentual é reduzido. "Na tempestade, eu tiro o pé do acelerador e espero a incerteza passar. É o que se chama de preservação de capital", afirma o gestor.

O diretor entende que o investidor que entra em um fundo como esse tem o interesse de contar com exposição a essa família de ativos. Por isso, o QR Blockchain apenas em dois momentos de sua existência chegou a uma exposição às criptos inferior a 50%. Bitcoin e Ethereum fazem parte do portfólio.

Perspectivas

Ludolf acredita que "em um ambiente de recuperação dos investimentos, quando o ciclo de alta dos juros tiver terminado, o mundo voltar a crescer, e já estiver encerrada a questão geopolítica, e passado o momento de maior incerteza, o cripto pode mostrar valor".

Ele considera que a ampliação no acesso ao fundo um passo importante: "A entrada na XP do QR Blockchain Asset é uma validação grande, porque ela representa mais de 70% do mercado de distribuição no Brasil". Ao mesmo tempo, um fundo de cripto está sendo considerada por ela como mais uma alternativa de investimento.

A aplicação mínima no fundo é de R$ 10 mil, a taxa de administração é de 2% ao ano, e a taxa de desempenho é de 20% sobre o que exceder o CDI, o prazo de resgate é de D+10. Seu patrimônio é de R$ 10,3

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.