PIB do Brasil do 1º trimestre sobe 1,9% ante o 4º trimestre de 2022, afirma IBGE
Ainda segundo o instituto, o PIB do primeiro trimestre de 2023 totalizou R$ 2,6 trilhões
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,9% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre do ano passado, informou nesta quinta-feira, dia 1º, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio acima da mediana das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, positiva em 1,2%, e dentro do intervalo, de alta entre 0,4% e 2,4%.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB apresentou alta de 4,0%, dentro das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de uma elevação de 0,9% a 4,3%, mas novamente acima da mediana positiva de 3,1%.
Ainda segundo o instituto, o PIB do primeiro trimestre de 2023 totalizou R$ 2,6 trilhões.
Agropecuária se destaca
O PIB da agropecuária registrou forte alta de 21,60% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre, informou o IBGE. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB apresentou avanço de 18,80%.
Já o Produto Interno Bruto de serviços registrou alta de 0,60% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB apresentou avanço de 2,90%.
O PIB da indústria registrou baixa de 0,10% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022, de acordo com o IBGE. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB da indústria apresentou avanço de 1,90%.
Já o consumo das famílias registrou alta de 0,20% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o consumo das famílias apresentou avanço de 3,50%.
O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,30% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o consumo do governo teve alta de 1,20%.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou baixa de 3,40% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre, informou o IBGE. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, a FBCF apresentou avanço de 0,80%. Segundo o IBGE, a taxa de investimento (FBCF/PIB) do primeiro trimestre ficou em 17,70%.
Impacto para Bolsa e índices
Segundo Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores, os juros tiveram um aumento pela manhã devido ao número do PIB que veio acima do esperado, refletindo uma atividade mais forte e indicando possível inflação.
“Agora o índice futuro já começa o dia em alta refletindo essa notícia positiva. Muito provavelmente as ações vão seguir nessa mesma tendência. As empresas, cujas atuações estão mais vinculadas ao setor de agronegócio, provavelmente vão se destacar na performance do dia. Mas de maneira geral, eu acho que a bolsa vai performar bem, dado essa notícia positiva que foi que esse número bem melhor do que o esperado”, explica.
No entanto, ele destaca que há uma tendência clara de flexibilização na curva de juros, a menos que surjam notícias específicas. Jorge acredita que o movimento de alta nos juros será revertido, mas ressalta que o mercado estará atento aos dados de atividade nos Estados Unidos, o que pode influenciar a oscilação do mercado durante o dia.
“Se tudo vier em linha, eu acredito que aqui no Brasil é Bolsa para cima por causa do PIB e os juros devem ter uma leve correção, dado que a tendência principal é de melhora dessa perspectiva para a curva de juros”, destaca Jorge.
O economista André Perfeito comentou que a boa notícia é que a situação atual é ruim, pois a base de comparação é tão baixa que o crescimento é quase uma ilusão estatística. Ele mencionou medidas recentes de sustentação da demanda, como o reajuste do salário mínimo e um Bolsa Família mais robusto, mas ressaltou que ainda não é possível afirmar que essas medidas tenham gerado o crescimento atual. Perfeito acrescentou que o efeito dessas medidas provavelmente será mais percebido no futuro.
"O resultado vem em linha com nossa estimativa de PIB para 2023 que deve fechar o ano em 2% (agora talvez mais)”, conclui Perfeito./com Agência Estado