Fundos de Investimentos

Para Verde Asset, de Luis Stuhlberger, desaceleração global está apenas no início

O debate sobre o movimento de reprecificação das taxas de juro globais que permeia o mercado, passou a incorporar um componente adicional em maio. A análise,…

Data de publicação:09/06/2022 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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O debate sobre o movimento de reprecificação das taxas de juro globais que permeia o mercado, passou a incorporar um componente adicional em maio. A análise, até então centrada na inflação, passou a considerar, como fator mais relevante, a desaceleração do crescimento econômico global. A constatação está na carta aos clientes da gestora de Luis Stuhlberger, a Verde Asset.

Para a equipe de analistas da gestora, o processo de transição em curso de um mundo movido por forte crescimento para outro, de baixa atividade, em um cenário de juros mais elevados está apenas no início.

Essa nova dinâmica ganha maior complexidade em um ambiente de choque nos preços de energia e quebra de sincronia de um dos grandes motores da economia global. A atividade chinesa perde tração, por força do freio imposto pela política de zero covid no país asiático.

Verde Asset, de Luis Stuhlberger: gestora vê fim da crise ainda distante

A busca por novo equilíbrio no mercado, como resultado do processo de atuação dessas forças, demandará ainda algum tempo. E, por conseguinte, exigirá uma postura dinâmica na gestão do portfólio de investimentos.

Verde: ganho de curto prazo

Os analistas do Verde Asset entendem que é um contexto que beneficia o Brasil no curto prazo. São dois os motivos, apontam: a valorização dos preços das commodities e o ciclo mais adiantado de aumento das taxas de juro.

Os pontos positivos, que dão atratividade ao Brasil, têm na direção contrária as reiteradas ameaças ao já fragilizado arcabouço fiscal. Riscos que vêm de propostas de medidas populistas de interesse eleitoreiro que elevam os prêmios de risco. Estampados sobretudo na alta dos juros.

A incerteza fiscal pressiona as taxas de juro e, ressalta a carta, torna o cenário mais complexo para as ações. Mesmo com a atratividade dos valuations, com preços de mercado abaixo do valor patrimonial.

Para Verde Asset, juro em alta valoriza o real

Os juros em alta, para os analistas da asset, têm contribuído para a valorização do real. A ampla diferença entre as taxas de juros domésticas e internacionais tem atraído capital estrangeiro para investimento no País.

Em maio, de acordo com a carta, o fundo Verde obteve ganhos com posições tomadas (aposta em alta) em juros na Europa, com inflação implícita no Brasil, com bolsas globais e opções de petróleo. As perdas vieram da exposição a ações na bolsa doméstica.

Fundo da Verde Asset sobe 9,63% no ano

Segundo o relatório de gestão da asset, o Verde FIC FIM entregou uma rentabilidade de 1,31% em maio, comparada com uma variação acumulada de 1,03% do CDI no mês. A diferença é maior no acumulado do ano: 9,63% de rendimento do Verde e 4,34% do CDI, no período.

Verde Asset: gráfico de rentabilidade em 2022 mostra o fundo da casa descolado do CDI - Fonte: Mais Retorno

A estratégia passou por mudanças em junho. Houve, informa a carta, nova redução na posição em juros americanos e na Europa. Foram mantidas as posições compradas em inflação implícita no Brasil e em petróleo, via opções. As alocações em bolsa seguem concentradas em ações brasileiras.

Rentabilidade história do fundo da Verde Asset - Fonte: Mais Retorno

A novidade da estratégia, de acordo com a equipe da Verde Asset, é o início de uma alocação comprada em real, via opções, aproveitando a volatilidade implícita no mercado.

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.