Economia

Para a XP, três bancos devem sofrer mais com a recuperação judicial da Americanas; veja quais são

Na noite desta quarta--feira, a Americanas entrou com pedido para extensão da recuperação judicial nos Estados Unidos

Data de publicação:26/01/2023 às 08:00 - Atualizado 2 anos atrás
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Após a publicação da lista de credores da Americanas, que está em recuperação judicial, a XP estima que o BTG Pactual, o Santander e o Bradesco devem ser mais impactados sobre os índices de capital diante da exposição à varejista.

Em contrapartida, o Itaú e o Banco do Brasil (BB) devem ser os menos atingidos.

Com base nas dívidas que a empresa informou ter com essas instituições, os analistas da XP traçaram cenários para diferentes patamares de provisionamento por parte de cada uma.

XP estima que o BTG Pactual, o Santander e o Bradesco devem ser mais impactados pela crise da Americanas

Depois, calculou qual seria o impacto para o capital de nível 1 de cada banco, utilizando provisionamentos equivalentes a 30% e a 50% dos empréstimos totais, índices que costumam ser mais comuns em casos como este.

BTG, Santander e Bradesco

O BTG teria redução de 0,31 ponto porcentual e de 0,51 p.p., respectivamente, se provisionasse 30% ou 50% dos empréstimos à Americanas.

O Santander, afirma a XP, teria quedas de 0,15 e de 0,25 ponto. Já o Bradesco sofreria queda de 0,13 e de 0,21 ponto.

O Itaú teria redução de 0,06 ponto ou de 0,10 ponto, e o BB, de 0,03 ponto ou de 0,06 ponto.

Bradesco é maior credor

O banco com o maior volume de empréstimos à Americanas é o Bradesco, com R$ 4,8 bilhões. Mas no relativo, o BTG é o mais exposto: a XP calcula que os R$ 3,5 bilhões em crédito do banco à companhia equivalham a 2,4% de sua carteira de crédito, e a 8,3% de seu patrimônio líquido.

"Destacamos que os bancos podem optar por provisionar esse valor já no quarto trimestre de 2022 (como evento subsequente) ou nos resultados do primeiro trimestre de 2023. Em ambos os casos, esperamos que o impacto nos resultados seja mais significativo para BTG, Santander e Bradesco (em torno de 20-30% de seu lucro líquido)", afirmam os analistas Renan Manda e Matheus Guimarães. "Por outro lado, Banco do Brasil e Itaú devem ser os bancos menos afetados (menos de 10% do lucro líquido)."

Recuperação Judicial nos Estados

Ontem, no final da tarde, a Americanas entrou com pedido para a extensão da recuperação judicial brasileira nos Estados Unidos.

Utilizando o chamado "Chapter 15", a varejista emprega uma regra que permite que companhias estrangeiras tenham seus processos de recuperação judicial reconhecidos nos EUA, protegendo os ativos que estejam no país.

A Americanas tem US$ 1 bilhão em títulos de dívida emitidos no exterior, vindos de duas captações feitas no segundo semestre de 2020.

Na semana passada, os credores da companhia se reuniram para criar um grupo já prevendo a entrada da varejista na Justiça dos Estados Unidos.

O pedido foi feito na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York, em Manhattan, com o nome "Americanas S.A. and Americanas S.A., 23-10092". / AGÊNCIA ESTADO
 

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