O prejuízo da Gol cresce com a crise, e fica em R$ 5,98 bilhões em 2020
A Gol Linhas Áreas divulgou seu balanço de 2020 nesta quinta-feira. E o resultado não poderia ser diferente, o prejuízo da empresa cresceu 410% em relação…
A Gol Linhas Áreas divulgou seu balanço de 2020 nesta quinta-feira. E o resultado não poderia ser diferente, o prejuízo da empresa cresceu 410% em relação ao ano anterior. O número ficou negativo em R$ 5,98 bilhões, frente a um prejuízo de R$ 117,3 milhões registrado em 2019.
Os números estampam o pior ano para o setor de aviação em meio à pandemia, com isolamento social, restrição de voos, e fechamento de aeroportos, em muitos países, a voos brasileiros.
“Após o encerramento do ano mais desafiador na história da aviação comercial, seguimos focados na gestão dos impactos da pandemia de Covid-19 no Brasil, com determinação, clareza e confiança,” disse Paulo Kakinoff, diretor-presidente da companhia.
No ano, houve lucro de R$ 1,08 bilhão, antes de considerar os juros, impostos, depreciação e amortização, o Ebtida. Números que representam uma queda de 17% em relação a 2019.
A receita líquida ficou em R$ 6,37 milhões, com uma queda de 54% em relação ao ano anterior.
Os resultados consolidados do 4º trimestre também são negativos. O prejuízo líquido recorrente da Gol foi de R$ 861,9 milhões. Nesse resultado não são considerados ganhos e perdas não realizados de derivativos financeiros e da variação cambial. No ano anterior, esse mesmo resultado tinha sido positivo em R$ 378,3 milhões.
Muitas incertezas no futuro da aviação comercial
Mas não é só o passado que preocupa, o futuro é carregado de incertezas para o setor. Segundo o executivo, é difícil estimar a demanda nas próximas semanas. O cenário de indefinições em relação à vacinação, principalmente, torna o horizonte nebuloso.
"Hoje, vivemos o pico da crise e a volatilidade é muito grande para falar de demanda futura", disse Kakinoff em teleconferência com analistas.
Ele destacou que, hoje, a oferta da companhia é de cerca de 200 voos por dia e, a partir de maio, fica "difícil" estimar como será. "O cenário de incertezas em relação à velocidade da vacinação faz com que este seja o momento de menor previsibilidade do ponto de vista do cliente. Enquanto não tivermos mais previsibilidade, a curva de reservas deve sofrer."
O executivo acrescentou que, atualmente, ainda existe uma "certa irracionalidade" na demanda para estimar em que patamar a indústria vai se estabelecer no futuro.