Ibovespa tem leve reação após dados de arrecadação, mas fecha em queda de 0,72%
A divulgação da arrecadação federal de R$ 137,932 bilhões do mês de março estimulou ligeira reação na Bolsa de Valores, que encerrou o dia em queda…
A divulgação da arrecadação federal de R$ 137,932 bilhões do mês de março estimulou ligeira reação na Bolsa de Valores, que encerrou o dia em queda de 0,72%, aos 120.061,99 pontos.
No início do pregão, o índice Ibovespa chegou a cair abaixo dos 120.000 pontos, devido ao acordo considerado insatisfatório firmado entre governo e Congresso para o Orçamento de 2021, com gastos de até R$ 125,8 bilhões com medidas de enfrentamento à pandemia. O dólar teve leve valorização, de 0,11%, a R$ 5,554.
Os mercados estrangeiros tiveram o segundo dia seguido de queda. Os índices Dow Jones caiu 0,75%, o S&P 500, 0,68%, e o Nasdaq, 0,76%.
O resultado da arrecadação federal em março representa um aumento real (descontada a inflação) de 18,49% na comparação com o mesmo mês de 2020. No acumulado do ano até março, a arrecadação somou R$ 445,900 bilhões, o maior volume para o trimestre da série iniciada em 1995. O montante representa ainda um avanço real de 5,64% na comparação com os primeiros dois meses do ano passado.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou os números e vê indicativos de retomada da atividade. "Vemos o comércio superando a fase pré-pandemia e os serviços, que foram mais atingidos, quase chegando ao nível anterior à pandemia. O nível de arrecadação confirma ritmo de produção. Isso mostra que realmente o Brasil se levantou. Foi derrubado pela pandemia, mas se levantou em V", completou.
As ações de Petrobras (PETR3 e PETR4) seguem recuando, como reflexo da mudança de cenário do petróleo no exterior, com quedas de 2,40% e 173%, respectivamente. Um dia após a divulgação de seus resultados, que vieram abaixo do esperado pelos analistas, a Vale aponta queda de 1,47% em seus papeis. Juntas, as duas empresas representam cerca de 12% da carteira teórica da B3.
Orçamento 2021: no aguardo do veto ou não de Bolsonaro
Fora isso, os investidores seguem digerindo os impactos do acordo feito na véspera entre o governo e o Congresso Nacional, após semanas intensas de negociações e desgastes políticos, que exclui os programas emergenciais da meta fiscal e do teto de gastos, regra que limita o avanço das despesas à inflação.
O resultado do acordo entre o governo e o Congresso acabou em direção oposta ao buscado pela equipe econômica do governo, que buscava reduzir os gastos públicos com o enfrentamento da pandemia em 2021. No fim das contas, a coalização do Centrão, bloco de partidos que formam hoje a base de apoio do governo no Congresso, conseguiram o que buscavam: um cheque em branco para gastar na segunda onda do Covid-19.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou que, com esse acordo, o Orçamento de 2021 ficará “exequível”. De certa forma, a solução considerada ruim para as contas públicas já vinha sendo precificada no valor dos ativos, que sofreram ajustes nas últimas semanas.
CPI da Covid-19 com data adiada e mortes no Brasil
Na véspera, o Brasil contabilizou mais um dia com um grande volume de óbitos em virtude do coronavírus. Ao todo, foram 1.607 mortes. Segundo o site Our World in Data, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o Brasil se tornou o país das Américas com maior taxa de mortes causadas pela covid-19 por milhão de habitantes. Com transmissão descontrolada do vírus, o País tem visto o colapso de várias redes hospitalares, com morte de pacientes na fila por leito e falta de remédios para intubação. Enquanto isso, a instalação da CPI da covid-19 no Senado segue adiada para o próximo dia 27.
Bolsas em Nova York
Seguindo o mesmo caminho da bolsa no Brasil, os contratos negociados nas bolsas em Nova York operam com perdas significativas nesta terça-feira, com os investidores de olho nos lucros corporativos da temporada de balanços e os recentes picos de novos casos de covid-19 no mundo. Segundo a LPL Markets, a atenção do mercado está voltada para os resultados de mais de 80 empresas do S&P 500 que divulgam seus resultados nos próximos dias.
Nos balanços, a LPL Markets aponta que os números até agora sugerem resultados acima do esperado, em especial no setor financeiro, que teve 94% das empresas superando as estimativas. Por lá, os investidores também acompanham notícias sobre a vacinação nos EUA.
Anthony Fauci, referência nas questões da pandemia de covid-19, destacou no domingo em entrevista à CBS que acredita que as autoridades devem liberar o imunizante da Johnson & Johnson até a próxima sexta-feira. Apesar de um cenário em que 50% dos adultos já receberam ao menos uma dose de imunizante, o número de novas infecções nos Estados Unidos voltou a crescer na última semana, em meio uma tendência global de piora no quadro pandêmico.
Bolsas asiáticas fecham sem direção única
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira, após um dia de perdas em Wall Street e o banco central chinês manter seus juros principais nos atuais níveis por mais um mês.
Em Tóquio, o Nikkei teve expressiva queda de 1,97% hoje, aos 29.100,38 pontos, em meio a temores de que o Japão seja obrigado a declarar um novo estado de emergência para conter a disseminação da covid-19.
Na China continental, o dia foi de leves perdas nos mercados acionários. O Xangai Composto caiu 0,13%, aos 3.472,94 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,07%, aos 2.272,68 pontos.
Já em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi avançou 0,68% em Seul, aos 3.220,70 pontos, o Hang Seng teve modesta alta de 0,10% em Hong Kong, aos 29.135,73 pontos, e o Taiex registrou ganho de 0,35% em Taiwan, aos 17.323.87 pontos.
O PBoC, o BC chinês, decidiu nesta terça deixar inalteradas suas taxas de juros de referência para empréstimos de curto e longo prazos pelo 12º mês consecutivo.
A chamada LPR de um ano segue em 3,85% e a LPR para empréstimos de cinco anos ou mais longos continua em 4,65%.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, com perdas em quase todos os setores. O S&P/ASX 200 caiu 0,68% em Sydney, aos 7.017,80 pontos. / com Agência Estado