Mercado de ações deve seguir com ânimo renovado, mas pode ter realização de lucros
O ânimo dos investidores, reforçado pelo crescimento do PIB no primeiro trimestre acima do esperado, deve continuar ditando o tom do mercado financeiro, com os dois…
O ânimo dos investidores, reforçado pelo crescimento do PIB no primeiro trimestre acima do esperado, deve continuar ditando o tom do mercado financeiro, com os dois principais segmentos, ações e dólar, seguindo trajetórias distintas.
A bolsa de valores subindo degrau a degrau, em busca de patamares mais elevados, e o dólar escorregando ladeira abaixo.
O mercado está revigorado, mas especialistas lembram que a bolsa de valores colecionou ontem a quinta valorização consecutiva e, em ambiente de falta de expectativas ou fatos novos, pode haver uma pausa para a venda de ações e realização de lucros.
Um movimento visto até mesmo como saudável para que o mercado, após o reposicionamento de papeis na carteira dos investidores, retome o fôlego para novas altas.
Na falta de novidades domésticas – está prevista apenas a divulgação, nesta quarta-feira, do volume de produção industrial de abril -, a tendência é que a bolsa volte a reagir mais a fatores externos. O principal foco é o comportamento dos preços das commodities, que continua sendo um dos grandes fatores de sustentação ao avanço da bolsa de valores.
A expectativa é considerada positiva em relação às ações de empresas e exportadoras de commodities, mas o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, entende que o resultado do PIB favorece também as empresas ligadas ao setor doméstico, como as lojas de varejo.
São empresas que, segundo ele, tiveram bons resultados mesmo com o lockdown no começo do ano e tendem a acenar com números ainda melhores ao longo de 2021 com a possibilidade de reabertura da economia.
Dólar em queda
A expectativa de especialistas é que as cotações do dólar continuem sofrendo correções para baixo, influenciadas tanto por fatores externos quanto domésticos. A desvalorização do dólar, em relação às demais divisas, é considerada fenômeno global e no Brasil não é diferente. Com um fator adicional de baixa.
A principal pressão contra o real, que se desvalorizava em relação ao dólar, tinha origem nas incertezas com o equilíbrio das contas públicas em meio a uma pandemia que demandava gastos emergenciais para auxiliar famílias e empresas na travessia da crise da Covid-19.
A preocupação com o desarranjo fiscal aumentou durante o debate do Orçamento 2021, mas após sua aprovação pelo Congresso e sanção pelo presidente Bolsonaro a inquietação com o risco fiscal arrefeceu. E, com ela, a pressão sobre o dólar, um ativo que o investidor costuma procurar como proteção em momentos de insegurança econômica ou política. O dólar fechou a terça-feira no nível mais baixo do ano, em R$ 5,146.