Economia

IPCA para 2023 tomba de 6,03% a 5,80%, aponta Focus

Para 2024, a projeção mostrou redução pela terceira semana seguida, de 4,15% para 4,13%, contra 4,18% de quatro semanas atrás

Data de publicação:22/05/2023 às 12:36 - Atualizado um ano atrás
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Sob o efeito da redução de combustíveis e do alívio em preços de commodities, a projeção para a inflação de 2023 tombou no Boletim Focus desta semana, enquanto a estimativa para 2024, foco da política monetária, continuou sua trajetória de leve queda.

A expectativa para o IPCA - índice de inflação oficial - deste ano na Focus cedeu de 6,03% para 5,80%. Um mês antes, a mediana era de 6,04%. Para 2024, a projeção mostrou redução pela terceira semana seguida, de 4,15% para 4,13%, contra 4,18% de quatro semanas atrás.

Considerando somente as 118 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 cedeu de 6,00% para 5,75%. Para 2024, por sua vez, a projeção subiu de 4,12% para 4,14%, considerando 114 atualizações no período.

Apesar da queda forte nesta semana, a mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está cerca de 1 ponto porcentual acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana supera o centro da meta (3,00%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.

A mediana para o IPCA de 2025 seguiu em 4,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás. A estimativa para o IPCA de 2026 também continuou em 4,00%, mesmo porcentual de um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.

Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o BC manteve suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,8% em 2023 e 3,6% para 2024. Em um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante, as projeções da autoridade são de 5,7% para 2023 e 2,9% para 2024.

Meses

Após a Petrobras reduzir os preços de combustíveis na semana passada, os economistas do mercado financeiro baixaram a projeção para a alta do IPCA no curto prazo no Boletim Focus. A mediana para maio passou de 0,45% para 0,43%, de 0,41% há um mês.

Para o IPCA de junho, a estimativa cedeu de 0,50% para 0,34%, contra a mediana de 0,52% um mês antes. Para julho, a previsão para o indicador variou de 0,37% para 0,36%, de 0,37% há quatro semanas.

Já a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses cedeu de 4,99% para 4,77%, de 5,26% há um mês.

Selic

A expectativa para a taxa básica de juros no fim de deste ano continuou estável no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 22. No início do mês, o Copom decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano pela sexta reunião seguida.

A mediana para os juros básicos no fim de 2023 seguiu em 12,50% ao ano pela quinta semana consecutiva. Para o término de 2024, a expectativa também continuou em 10,00% pela 14ª vez. Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,50% e 10,00%, nessa ordem.

Considerando apenas as 93 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 também permaneceu em 12,50%. Para o fim de 2024, seguiu em 10,00%, com 89 atualizações na última semana.

Na terceira reunião do Copom no novo governo Lula, o colegiado afirmou que a apresentação do arcabouço fiscal reduziu parte da incerteza, mas que a conjuntura é marcada por um processo de desinflação que tende a ser lento em meio às expectativas de inflação desancoradas. Segundo o colegiado, esse contexto demanda maior atenção na condução da política monetária.

O BC ainda repetiu que vai continuar vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa Selic por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação à meta. Mas acrescentou que o cenário de retomada da alta de juros é menos provável, embora garanta que não hesitará em tomar esse caminho caso o processo de desinflação não ocorra como o esperado.

Na Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, mesma mediana de quatro semanas atrás. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que se manteve em 8,75%, repetindo o porcentual esperado há um mês. /Agência Estado

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