IGP-M acelera 2,94% em março, maior alta para o mês desde o início do Plano Real
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) subiu a 2,94% no mês março, após ficar em 2,53% em fevereiro. É a maior alta do índice…
O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) subiu a 2,94% no mês março, após ficar em 2,53% em fevereiro. É a maior alta do índice para um mês de março desde o início do Plano Real.
Com esse resultado, divulgado nesta terça-feira, 30, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice acumula alta de 8,26% no primeiro trimestre do ano e, em 12 meses, 31,1%.
O indicador é usado para os reajustes dos contratos de aluguel, que teoricamente impactam diretamente nos prêmios pagos pelos fundos imobiliários. Na prática, contudo, a baixa atividade econômica tem feito com que os proprietários não repassem a alta aos inquilinos.
Preço ao atacado também subiu
Em março, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), divulgado junto do IGP-M pela mesma FGV, registrou alta de 3,56%, após subir 3,28% no mês anterior. O IPA responde por 60% do IGP-M e apura a variação dos preços no atacado.
"No índice ao produtor, os aumentos recentes dos preços das matérias-primas continuam a influenciar a aceleração de bens intermediários (4,67% para 6,33%) e de bens finais (1,25% para 2,50%)", disse em nota o coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz.
Para o consumidor, houve maior pressão inflacionária, uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% sobre o IGP-M, acelerou a alta a 0,98% em março, de 0,35% em fevereiro.
'Selic deve subir 1 p.p. em maio, diz economista
Para André Perfeito, economista-chefe e sócio da Necton Investimentos, a elevação desse índice mostra que a movimentação mais forte da inflação. Isso, para ele, reforça a necessidade de um reajuste da taxa de juros Selic em 1 ponto porcentual em maio, o que levaria a Selic para 3,75% ao ano já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
“Este resultado reafirma nosso cenário de alta de 100 pontos base na reunião de maio do Copom e com a taxa Selic fechando em 6% ao final do ano. Está evidente que a dinâmica inflacionária ganhou momento e se retroalimenta, e isto exigiria uma atitude mais austera do Banco Central”, afirma.