Mercado Financeiro

Guido Mantega, ex-Ministro da Fazenda, é absolvido em caso JBS/BNDES

O ex-Ministro da Fazenda era réu junto ao ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho; ambos foram inocentados de todas as acusações.

Data de publicação:17/03/2023 às 06:38 - Atualizado um ano atrás
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Guido Mantega, ex-Ministro da Fazenda, foi absolvido das acusações de formação de quadrilha, corrupção, gestão fraudulenta, prevaricação financeira e lavagem de dinheiro em operações financeiras do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com a empresa JBS

De acordo com sentença obtida pela Mais Retorno, o juiz da 12ª Vara da Justiça Federal, Marcus Vinicius Reis Bastos, entendeu que “não há prova da existência do fato”, de acordo com o artigo 386, II, do Código de Processo Penal. 

Guido Mantega foi absolvido juntamente com Luciano Coutinho, seu sucesso na presidência do BNDES

A denúncia alegava “ter havido concessões irregulares de apoio financeiro do BNDES Participações S/A (subsidiária integral do BNDES) à empresa JBS S/A, a partir de junho de 2007 até dezembro de 2009, em valores que ultrapassaram 8 (oito) bilhões e 100 (cem) milhões de reais”. Tais operações seriam “sobreavaliadas e prejudiciais” aos interesses do BNDES e, de acordo com a sentença, seriam intermediadas por pessoas que receberiam valores em contas no exterior para essa finalidade. 

O ex-Ministro teria recebido parte do valor pago aos intermediadores por Joesley Batista, além de quantias em pagamentos diretos realizados pelo empresário. A denúncia afirmava, ainda, que teria havido interferência de Mantega em um empréstimo obtido pela JBS para aquisição da Swift na Argentina. 

Na interpretação do juiz, “os fatos e alegações precedentemente referidos nada provam.” Outro ponto explorado pela acusação seria o constante contato entre o ex-Ministro da Fazenda e Coutinho, seu sucessor na presidência do BNDES. Sobre isso, a sentença afirma: “A prática de ato próprio às atribuições do Ministro de Estado da Fazenda, por um lado, e os sucessivos encontros mantidos com o então Presidente do BNDES, por outro, são comportamentos regulares e esperados.”

Por fim, o juiz entende que os fatos que sustentam a acusação pelo Ministério Público teriam sido apenas o “declarações – genéricas e vazias – do colaborador JOESLEY BATISTA.” 

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Sobre o autor
Camille BocanegraRepórter da Mais Retorno
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