GPA sobe forte, tem alta acumulada de 16,04% em dois dias, com anúncio de investimento em subsidiária
Depois de registrar a maior valorização do primeiro pregão da semana, de 9,79%, o Pão de Açúcar (PCAR3) subiu firme nesta terça-feira, 13, exibindo valorização de…
Depois de registrar a maior valorização do primeiro pregão da semana, de 9,79%, o Pão de Açúcar (PCAR3) subiu firme nesta terça-feira, 13, exibindo valorização de 5,7% e cotado a R$ 39,11. Com isso, a alta acumulada do Grupo Pão de Açúcar (GPA) nos dois primeiros pregões da semana foi de 16,04%.
A reação positiva está ligada ao anúncio de que o Grupo Casino, controlador da companhia, vai expandir o capital de duas de suas subsidiárias: a GreenYellow e a Cdiscount, pertencente à empresa francesa de comércio eletrônico Cnova. Este aporte possivelmente ocorrerá por meio de oferta secundária de ações.
O Grupo Casino detém 64,8% de participação da Cnova. O Pão de Açúcar possui outros 37,17% e, portanto, também se beneficiaria do investimento. A expectativa dos investidores é de que a rede de supermercados se desfaça das ações da empresa de e-commerce e se concentre em sua atividade principal, na qual tem melhores condições de crescer.
Após a divulgação dessas informações, a XP alterou o preço-alvo da ação PCAR3 de R$ 28 para R$ 39 (alta de 39%), com base em estimativa de probabilidade de 50% da concretização da transação. O novo preço-alvo estabelecido baseia-se na perspectiva de valorização dos ativos da Cnova sob controle do Pão de Açúcar, considerada baixa antes da operação, devido à falta de visibilidade da empresa francesa.
O fluxo que a venda geraria para a empresa teria efeito limitado sobre o valor das ações, afirma a analista de varejo da XP Danniela Eiger. “O GPA já tem caixa o bastante para realizar investimentos. A negociação daria mais liquidez à empresa, mas isso deixou de ser um problema desde a cisão com o Assaí”.
O percentual da Cnova sob controle do Pão de Açúcar é avaliado em cerca de R$ 6 bilhões, valor que auxiliaria na execução do plano de transformar todos os pontos de venda da rede em lojas no formato G7, focado em promover experiência diferenciada para o consumidor, ressalta o gerente de Research da Ativa Investimentos, Pedro Serra. "As unidades que já adotaram este modelo apresentam melhores resultados em vendas. Recursos obtidos em uma eventual negociação da participação na Cnova tornaria mais rápido a adaptação de todos os supermercados da rede".
No entanto, ele ressalta que os papéis da Cnova têm baixa liquidez no mercado, o que deve obrigar o GPA a vendê-los gradativamente.
Perspectiva de venda da Cnova já está precificada em GPA
De acordo com Danniela, a atual cotação dos papéis já leva em conta chances de 40% de realização da venda. Em um cenário no qual se pudesse ter certeza de que o GPA, que demonstra interesse em vender a participação da Cnova, o faria, o preço alvo seria ainda mais alto, de R$ 50,3.
Para a analista, o atual momento oferece boa oportunidade de venda dos papéis do Pão de Açúcar, que registrou valorização de 123% desde a cisão com o atacarejo Assaí. “Rebaixamos a recomendação dos papéis de PCAR3 por acreditarmos que a probabilidade da venda já esteja precificada pela atual cotação e por não vermos desafios para que essa transação ocorra no curto prazo”.
Além da estimativa de possibilidade de 50% da venda dos ativos da subsidiária, o novo preço-alvo contabilizou o fluxo de caixa descontado para a empresa de 10 anos a um custo de capital de 10,7%, 4% de taxa de crescimento de longo prazo, e 8,2% de margem Ebitda ajustada no período.
Serra, no entanto, ainda considera os papéis da empresa um bom investimento de longo prazo. "O nosso valor alvo, de R$ 40,70, ainda não foi atingido e não leva em conta a venda da participação de Cnova. Por isso, acreditamos que ainda exista muito espaço para crescimento", avalia.