Mercado Financeiro

Bolsa fecha com alta de 0,81% com PIB e setor imobiliário; dólar sobe 0,72%

Bolsa chegou a operar no negativo em alguns momentos durante o dia

Data de publicação:01/09/2022 às 05:57 - Atualizado 2 anos atrás
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Mesmo com os dados positivos do PIB do segundo trimestre, divulgados pelo IBGE nesta 5ª feira, a Bolsa de Valores do Brasil, a B3, vivenciou momentos de queda durante o pregão, mas acabou fechando no azul: o Ibovespa apresentou alta de 0,81% aos 110.405 pontos. O dólar também subiu 0,72%, cotado a R$ 5,24.

O Produto Interno Bruto do País cresceu 1,2% no segundo trimestre acima dos 0,90% esperados pelo mercado, o que demonstra que a atividade econômica segue melhor do que as estimativas dos investidores. Informação positiva para a Bolsa, mas que foi neutralizada pela queda no preço das commodities no mercado internacional e que atingiu papéis como da Vale, que fechou com recuo de -1,30%, mas chegou cair 4%, e outras siderúrgicas.

Sede da B3, a Bolsa de Valores brasileira | Foto: B3/Divulgação

O que movimentou a Bolsa?

Para Letícia Sanches, especialista em renda variável da Blue3, "a divulgação do PIB trouxe otimismo aos investidores nacionais, bem como a alta das ações da Petrobras após divulgação de uma queda de 7% no preço da gasolina".

Segundo ela, o setor financeiro também ofereceu sustentação ao índice, impedindo que o mau humor das bolsas americanas na expectativa de divulgação de dados do emprego (payroll) no mercado americano, que podem também respingar por aqui.

Leando Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação financeira, destaca a firmeza do setor imobiliário no pregão desta quinta-feira, com destaque para Cyrella que fechou com alta de 7,13%, JHSF subiu 5,16%, Direcional avançou 4,09% e Construtora Cury, 2,56%.

Ao mesmo tempo, o diretor chamou a atenção para o fato de que embora os juros futuros mais curtos tenham apresentado queda durante o pregão, não houve uma reação com a mesma intensidade dos papeis de varejo. Mais para o finzinho das negociações é que o setor começou a acordar e os papeis passaram a reagir: Magalu fechou com alta de 2,11%, mas Via não conseguiu se recuperar, apresentando queda de 1,24%.

Bolsas internacionais

Lá fora, a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego nos EUA renovaram as apreensões em todos os mercados. Petrokas esclarece que eles vieram abaixo das expectativas, mostrando que o mercado de trabalho segue aquecido dentro de uma economia ainda firme. Condições que sugerem uma alta mais acentuada dos juros pelo banco central americano, o Federal Reserve. O mercado já precifica uma alta de 0,75% na reunião do Fed deste mês.

Letícia, da Blue3, lembra que justamente por esse receio de ajuste maior dos juros, as bolsas americanas seguem pelo 3º dia consecutivo no vermelho. "Investidores seguem à espera da divulgação do payroll, principal relatório do mercado de trabalho americano que será divulgado amanhã e poderá trazer possiveis sinais sobre a decisão de Jerome Powell na alta de juros."

Dólar

Petrokas aponta como um dos principais fatores para a alta do dólar nesses últimos dia, além do cenário de aversão ao risco, a remessa de dividendos pela Petrobras para a remuneração das ADRS no exterior. A empresa enviou cerca de US$ 2 bilhões, fluxo expressivo que pressionou os preços das moedas nos últimos dias.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.