EUA vão liberar 50 milhões de barris de petróleo de reservas estratégicas
O objetivo final é reduzir os preços da commodity no mercado
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira, 23, que vai liberar 50 milhões de barris de petróleo de suas reservas estratégicas. O objetivo é resolver o descompasso entre oferta e demanda da commodity e, dessa forma, reduzir os preços no mercado internacional.
A medida, informada por meio de um comunicado da Casa Branca, é realizada em conjunto com outros países consumidores de petróleo, como China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido.
Na nota divulgada nesta terça, a Casa Branca diz que os consumidores americanos estão sentindo o impacto dos preços elevados da gasolina nas bombas porque, em meio à retomada econômica, o fornecimento de petróleo não acompanhou a demanda.
Recentemente, os preços do petróleo Brent, negociado em Londres, e do WTI, comercializado em Nova York, chegaram a ultrapassar US$ 80 por barril. Esse movimento ocorreu em meio à alta da demanda, com o fim de boa parte das restrições de mobilidade impostas para conter a pandemia de covid-19, e à retomada lenta da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Desde que os esforços dos EUA para reduzir os preços se tornaram mais evidentes, contudo, o barril caiu abaixo de US$ 80.
"É por isso que o presidente Joe Biden está usando todas as ferramentas disponíveis para reduzir os preços e resolver a falta de oferta da commodity", diz um trecho do documento. "O presidente tem trabalhado com países em todo o mundo para lidar com a falta de oferta à medida que o mundo sai da pandemia."
Etapas da liberação de petróleo
De acordo com a Casa Branca, a liberação da commodity no mercado vai ocorrer de duas maneiras. Primeiro, 32 milhões de barris serão liberados nos próximos meses em uma espécie de "troca", ou seja, esse volume eventualmente retornará à reserva estratégica.
"A troca é uma ferramenta compatível com o ambiente econômico específico de hoje, onde os mercados esperam que os preços futuros do petróleo sejam mais baixos do que são hoje, e ajuda a fornecer alívio imediato aos americanos e a fazer uma ponte para esse período de preços mais baixos esperados do petróleo", diz o documento.
Além disso, 18 milhões de barris serão liberados por meio da venda de petróleo autorizada recentemente pelo Congresso americano. "O presidente está pronto para tomar medidas adicionais, se necessário, e está preparado para usar toda a sua autoridade, trabalhando em coordenação com o resto do mundo para manter o abastecimento adequado enquanto saímos da pandemia."
Índia
Também nesta terça, em comunicado, o governo da Índia informou que concordou em liberar 5 milhões de barris de sua reserva estratégica de petróleo. A Índia diz acreditar que os preços dos hidrocarbonetos "devem ser razoáveis, responsáveis e determinados pelas forças do mercado".
O país afirma que tem demonstrado várias vezes preocupação com a oferta de petróleo sendo "artificialmente ajustada abaixo dos níveis da demanda por países produtores", o que leva a preços mais altos e a "consequências negativas".
A Índia diz também que está atenta aos preços interno de petróleo e diesel, tendo ajustado tarifas no setor para conter pressões inflacionárias.
A nota qualifica essas reduções de tarifas como "passos difíceis" e com impacto fiscal "elevado" para o governo, mas argumenta que elas são tomadas para aliviar o quadro para a população. / Agência Estado