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Com medo de recessão, Amazon e Salesforce anunciam demissões em massa

A Amazon cortará 18 mil funcionários ao redor do mundo a partir de 18 de janeiro

Data de publicação:05/01/2023 às 01:00 - Atualizado 2 anos atrás
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O inverno chegou para as empresas de tecnologia. Na última quarta-feira, 4, após o fechamento do mercado, a Amazon anunciou o corte de 18 mil funcionários pelo mundo. No dia anterior, a presidente da Salesforce admitiu que contratou pessoas demais nos últimos tempos e precisaria enxugar a folha de pagamento demitindo 10% dos colaboradores.

As perspectivas sobre a economia em 2023 parecem estar piorando dentro dessas empresas. Em meio a discussões sobre uma possível recessão global neste ano, o mercado de trabalho pode estar bem no meio desta crise.

Cortes na Amazon serão feitos a partir de 18 de janeiro | Foto: Reprodução

As duas empresas, Amazon e Salesforce, já tinham anunciado que ocorreriam cortes. O mercado acredita que esse movimento antecede uma crise econômica e busca atingir melhores resultados em meio a incertezas.

Amazon

A Amazon disse na noite desta quarta-feira, 4, que vai cortar 18 mil funcionários. É o maior "lay-off" da história da companhia, que tem hoje 1,5 milhão de trabalhadores em todo o mundo.

O CEO da Amazon, Andy Jassy, confirmou que a companhia tem planos para eliminar “pouco mais de 18 mil funções” entre as reduções feitas em novembro e a última rodada em um comunicado. 

A empresa foi anteriormente projetada para cortar cerca de 10 mil funções, mas acelerou as demissões devido à incerteza econômica.

Jassy disse que esperava notificar todos os funcionários afetados antes de sua declaração, mas foi forçado a comentar devido a uma reportagem do Wall Street Journal sobre as reduções de pessoal.

“Pretendemos nos comunicar com os funcionários afetados (ou, quando aplicável na Europa, com os órgãos representativos dos funcionários) a partir de 18 de janeiro”, afirmou.

A rodada de eliminações de cargos cumpre um alerta sobre novos cortes de pessoal expresso pelo CEO Andy Jassy em novembro.

“Nosso processo de planejamento anual se estende até o ano novo, o que significa que haverá mais reduções de funções à medida que os líderes continuarem fazendo ajustes. Essas decisões serão compartilhadas com os funcionários e organizações afetados no início de 2023”, disse ele aos funcionários na época.

Salesforce

As ações da Salesforce subiram mais de 3% na quarta-feira, quando o presidente-executivo da empresa, Marc Benioff, disse que a companhia de software de negócios baseada em nuvem "contratou pessoas demais" e cortaria 10% de sua força de trabalho.

Benioff fez o anúncio em um documento à Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA antes do início das negociações. Como muitas empresas, a Salesforce teve um aumento nas vendas por quase dois anos, pois as empresas permitiram que milhões de funcionários trabalhassem em casa devido à pandemia do COVID-19. 

Em uma carta aos funcionários da Salesforce, Benioff disse que a empresa aumentou suas contratações "à medida que a receita acelerou durante a pandemia", mas que a "recessão econômica de agora" levou a Salesforce à sua atual situação de corte de empregos.

“Eu assumo a responsabilidade por isso”, disse Benioff, sobre a onda excessiva de contratações da Salesforce. Com base em dados recentes da companhia, os cortes de empregos totalizarão cerca de 7.350 funcionários.

A Salesforce fez o anúncio após ter sido, segundo todos os relatos, um ano difícil para as ações da empresa e seus investidores. As ações da Salesforce caíram 44% em 2022 e atingiram a mínima de 52 semanas de US$ 126,34 em 22 de dezembro.

O analista da Wedbush, Dan Ives, chamou os cortes de empregos da Salesforce de "uma jogada de pôquer inteligente" para tentar preservar suas margens de lucro durante um cenário econômico incerto.

Além dos cortes de empregos, a Salesforce passou 2022 lidando com a saída de vários altos executivos, incluindo o co-CEO Bret Taylor, que deixará a empresa no final de janeiro.

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