Dívida bruta do Governo Geral chega a 90,0% do PIB em fevereiro; bom desempenho de governos estaduais e municipais impediu que fosse maior
A dívida pública brasileira voltou a acelerar em fevereiro. Dados divulgados nesta quarta-feira, 31, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou…
A dívida pública brasileira voltou a acelerar em fevereiro. Dados divulgados nesta quarta-feira, 31, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou fevereiro aos R$ 6,744 trilhões, o que representa 90,0% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual, divulgado pelo Banco Central, é maior que os 89,4% de janeiro.
No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
A Dívida Bruta do Governo Geral - que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais - é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País.
Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
Governos regionais melhoraram o resultado final
Segundo a analista de Macroeconomia da XP, Rachel Sá, ressalta que ainda que tenha crescido, os resultados do setor público vieram melhor do que o mercado esperava. Os R$ 20 bilhões de déficit, foram alcançados com o robusto desempenho dos governos regionais - estaduais e municipais - que contribuíram um superávit de R$ 10,5 bilhões e impediram que números finais fossem mais negativos.
Já o bom desempenho dos governos regionais pode ser explicado, segundo a analista, "pela combinação de fatores, entre eles a forte arrecadação na esteira da atividade forte até o início deste ano, caixas ainda estáveis impulsionados pelas transferências da União do ano passado, além de gastos mais baixos, devido ao contexto pandêmico ainda incerto no começo de 2021".
Embora haja uma surpresa positiva com os governos regionais, a boa performance deve se repetir por pouco tempo, uma vez que a receita tributária deve perder força com a queda esperada para a atividade no segundo trimestre deste ano.
Rachel Sá, destaca que o pagamento de juros nominais permanecem próximos de 5% do PIB, no acumulado de 12 meses, compensando parcialmente o déficit nominal recorde de 13,45% do PIB, no mesmo período.
O atual processo de aumento da taxa Selic deve pesar cada vez mais sobre o nível de endividamento, com um adicional previsto de R$ 31,4 bilhões na dívida pública a cada 1 ponto porcentual de aumento no juro básico da economia.
Dívida Líquida
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) passou de 61,4% para 61,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em fevereiro. A DLSP atingiu R$ 4,619 trilhões.
A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil, hoje na casa dos US$ 350,9 bilhões. / com Agência Estado