Mercado Financeiro

Depois de subir mais de 1%, Bolsa fecha em queda 0,05%, com recuo das commodities e expectativa com o Copom

O dólar fechou o dia em queda de 0,42%, cotada a R$ 5,54, na esteira de expectativas de elevação da taxa básica de juros

Data de publicação:27/10/2021 às 06:00 - Atualizado 2 anos atrás
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Em dia de decisão do Comitê de Política Monetária , a Bolsa de Valores fechou o dia em queda residual de 0,05%, aos 106.363,10 pontos, influenciada mais pelo cenário externo do que pelas expectativas do mercado em relação a nova taxa de juros. No pregão dessa quarta-feira, com novas medidas restritivas adotadas pela China em busca de reduzir o uso de carvão e aço no país, as ações ligadas às commodities registraram queda acentuada, levando o Ibovespa a fechar no vermelho.

O dólar viveu um dia volátil nesta quarta-feira, 27, mas engatou um movimento de baixa no período da tarde e fechou em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,543. Especialistas explicam que, com as perspectivas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a Selic, taxa básica de juros, em cerca de 1,50 ponto porcentual (mediana das projeções do mercado), os títulos brasileiros ganham destaque entre os investidores, o que acaba valorizando a moeda brasileira em relação à americana.

Com uma taxa de juros em níveis mais elevados do que em outros países, sobretudo os desenvolvidos, os títulos públicos brasileiros se tornam mais atrativos, já que passam a pagar um retorno maior aos investidores. Como esses ativos são negociados em reais, a demanda pela moeda brasileira aumenta e, ao mesmo tempo, cresce a oferta de dólar trazidos pelos investidores estrangeiros.

Dia na Bolsa

Embora o resultado registrado ao fim do dia seja negativo, a Bolsa operou em alta durante boa parte da manhã e da tarde, puxada, principalmente, pela valorização dos papéis dos bancos, maior porta de entrada para os investidores estrangeiros por conta de sua liquidez. O avanço dessas companhias no pregão está relacionado ao início da temporada de divulgação dos balanços das gigantes do setor financeiro no Brasil.

Tradicionalmente, o Santander abre a temporada dos anúncios dos bancos e neste trimestre não foi diferente. Pela manhã, a instituição financeira informou ao mercado que registrou lucro líquido gerencial de R$ 4,340 bilhões no terceiro trimestre, alta de 12,5% sobre a mesma base de 2020.

Após a divulgação, os papéis do banco operaram em alta, mas inverteram o sinal e fecharam o dia com queda residual de 0,03%. Os outros bancões, no entanto, viveram um pregão positivo. Bradesco e Itaú reportaram alta de 1,33% e 0,76%, respectivamente.

O destaque negativo desta quarta-feira fica por conta das empresas ligadas às commodities. Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, explica que as novas medidas restritivas na China contribuíram para uma queda de 2% no minério de ferro e de 9% no carvão.

"Os contratos futuros de carvão atingiram seu limite de baixa de 10% após autoridades chinesas pedirem para as principais províncias produtoras que investiguem supostos locais de armazenamento ilegais, assim como reforçaram o compromisso do país em cumprir o plano de ação para reduzir as emissões de carbono", afirma Ribeiro.

O analista explica que esse tipo de sinalização intervencionista não é bem vista pelo mercado, porque pode reduzir a demanda pela commodity, já prejudicada com as paralisações das construções da Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês que enfrenta uma crise financeira bilionária.

Acompanhando a desvalorização das commodities, a Vale, que responde a cerca de 14% da carteira teórica da B3, registrou queda de 2,27% no pregão. As gigantes da siderurgia também fecharam no vermelho: Gerdau caiu 2,50%, enquanto a Usiminas reportou baixa de 0,21%. A CSN foi a única a subir, com variação positiva de 0,29%.

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Bruna MiatoA Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!