Fundos de Investimentos

Conheça os 18 fundos de ações que batem o resultado do melhor ativo de banco, a BBSA3, que subiu 54% em 2022

Só fundos monoação de Cielo, Petrobras e BB renderam mais que os papeis de Banco do Brasil

Data de publicação:08/09/2022 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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Os Bancos representam um setor badalado na Bolsa de Valores de São Paulo e também com peso considerável e representativo no Ibovespa, o seu principal índice, podendo levar a B3 para cima ou para baixo. A Mais Retorno debruçou-se sobre a cesta com ativos do segmento e pinçou a ação de banco mais rentável no ano para compará-la aos fundos de ações com os melhores resultados no ano.

A ação que mais se valorizou em 2022 foi a do Banco do Brasil, a BBAS3, 54,47%. Ao confrontar esse resultado com o desempenho dos fundos de ações no mesmo período, apenas os fundos mono conseguem ter um desempenho melhor que os papeis do banco.

Fundos mono, vale lembrar, são aqueles com um único ativo. Em tese, representam um tipo de aplicação bastante questionada pelo mercado, já que o investidor, na prática, pode aplicar sozinho na ação sem precisar pagar taxa de administração, o que não acontece quando ele opta por um fundo de ação única.

FundoRend. 2022Rend. 12 meses
Bradesco FIA Cielo140,33%120,38%
BB ações Cielo138,78%118,81%
Itaú Ações Petrobras 74,55%115,98%
Sicredi FIA Petrobras 74,30%106,51%
Itaú Index Petrobras Ações 74,03%114,81%
FIA Caixa Petrobras Pré Sal 73,83%105,89%
Bradesco FIA Petrobras 73,63%113,83%
Bradesco H FIA Petrobras 73,51%114,24%
FIA Caixa Petrobras 73,21%113,80%
FIA Caixa Petrobras Plus 73,17%113,69%
Santander FI Petrobras Ações 72,92%111,92%
Santander FIC FI Petrobras 2 Ações 72,66%112,73%
BB Ações Petrobras 72,32%110,20%
Itaú Ações Petrobras 71,91%111,12%
BB Ações Petrobras I 71,78%109,47%
Safra Petrobras FIC FIA 70,93%109,75%
Caixa FIA Banco do Brasil Plus 56,12% 57,39%
BB Ações BB FI 56,09% 57,30%
Fonte: Rasteador de Fundos da Mais Retorno

A primeira impressão é que fundos mono ancorados na Petrobras (PETR4) ganharam de lavada da ação do BB. A estatal de petróleo ocupa a maioria dos portfólios, mas não todos. Do total de 18 fundos de ações mono, 14 têm a carteira alocada em Petrobras (PETR4); 2 em Cielo (CIEL3) e 2 em BBAS3, a mesma que lidera a rentabilidade do setor bancário na B3.

O fundo mono campeão em rendimento é o Bradesco FIA Cielo, que rendeu 140,33% no ano, até agosto, seguido pelo BB Ações Cielo FI, com rendimento de 138,78%.

Ambos performaram mais que o dobro da BBAS3, mas menos que a ação da Cielo. O papel da Companhia Brasileira de Meios de Pagamento, que forma a carteira dos fundos, valorizou-se 156,29%, no período, o melhor desempenho do Ibovespa.

O rendimento da CIEL3 é superior ao retorno do Bradesco FIA Cielo, que rendeu 6,64% menos, e ao do BB Ações Cielo FI, 7,33% menos. Uma diferença que corresponde ao ganho adicional de quem investiu direta e individualmente na ação e à redução no rendimento do fundo pela cobrança de taxa de administração.

O desempenho dos fundos de ações mono de BB superou a valorização do próprio papel no período - Foto: Reprodução

Ação do BB rendeu mais no fundo mono

Quem em vez de compra direta investiu por meio de fundo saiu-se melhor com o papel do banco oficial. BBAS3 teve uma valorização de 54,47% no ano. No período, o Caixa FIA Banco do Brasil Plus rendeu 56,12%, ou 1,07% mais, e o BB Ações BB FIA, 56,09%, ou 1,05% mais que o papel. O rendimento maior costuma estar ligado à incorporação dos dividendos pagos pelo papel.

Os 14 fundos de ações que batem o BB

O grupo de 14 fundos mono Petrobras que superaram a BBAS3 entregou uma rentabilidade entre 74,55% e 70,93% no ano, até agosto. Uma variação de 2,12% entre o rendimento do primeiro da lista, o Itaú Ações Petrobras FI, e o último, o Safra Petrobras FIC FIA.

Todos esses fundos renderam mais que a ação PETR4, que se valorizou 70,16% no período. Quem comprou diretamente a ação da petroleira obteve um rendimento menor que o cotista de um fundo monoação Petrobras.

Cielo à parte, Petrobras e Banco do Brasil, as estatais protagonistas desse ranking bem-sucedido de fundos mono, brilham na bolsa de valores. Um desempenho que, para especialistas, não as livram da pecha de risco político, de que venham a ser usadas com motivações políticas.

Mas, até agora, critérios técnicos de gestão e rentabilidade têm prevalecido e beneficiado os investidores que apostaram nessas companhias. Um atrativo comum a elas, segundo analistas, é a perspectiva de pagamento de polpudos dividendos.

O desempenho da Petrobras, apontam especialistas, tem a ver com a valorização da cotação internacional do petróleo e com a política de distribuição de robustos dividendos da companhia.

A Petrobras pagou a seus acionistas no último dia de agosto a primeira parcela de dividendos, no valor total de R$ 87,8 bilhões. A segunda parcela será quitada em 20 de setembro.

Os proventos correspondem à distribuição dos resultados do segundo trimestre, quando a companhia obteve um lucro líquido de R$ 54,3 bilhões. Um resultado 26,7% maior que o do mesmo período de 2021, impulsionado pela alta do petróleo, que disparou no segundo trimestre.

O motivo foi a crise energética provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Um ambiente de tensão geopolítica que levou a uma escalada do barril do petróleo, relativamente suavizada mais recentemente pela ameaça de uma recessão da economia global.

Alta dos juros beneficia setor financeiro

O ciclo de elevação dos juros beneficiou as empresas do setor bancário em geral, mas em especial o Banco do Brasil, com uma carteira de crédito enxuta e mais lucrativa, avalia Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos.

O potencial grande de distribuição de dividendos foi outro chamariz que atraiu os investidores às ações do BB, que estavam bastante descontadas, em relação à média histórica, diz Meira.

“A previsão é que o banco distribua 11,5% de dividend yield este ano e 12,3% em 2023”, afirma Meira. Uma perspectiva de distribuição de proventos atrativos que chamou a atenção de investidores para “um banco que estava bem, mas esquecido na bolsa de valores”.

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.