Economia

Calotes de incorporadoras chinesas devem aumentar nos próximos meses, diz S&P

Problemas de liquidez da Evergrande, políticas restritivas e defaults recentes dificulta acesso a financiamento offshore para outras construtoras

Data de publicação:18/11/2021 às 01:20 - Atualizado 2 anos atrás
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A S&P Global Ratings afirma que os defaults de incorporadoras da China devem aumentar nos próximos seis a 12 meses, de acordo com o analista de crédito Edward Chan. "Isso está refletido em nossas recentes ações de rating", comenta ele, segundo comunicado da agência sobre relatório que discute o assunto.

A S&P diz que problemas de liquidez da Evergrande, políticas restritivas da China e alguns defaults recentes fizeram com que muitas incorporadoras chinesas não consigam mais financiamento offshore.

Problemas de liquidez da Evergrande, políticas restritivas e calotes recentes afetaram o acesso ao financiamento offshore para outras incorporadoras da China | Foto: Divulgação

Para a agência, autoridades locais devem ajustar suas medidas, a fim de gerenciar o risco de contágio e evitar estresse excessivo. Os investidores, por sua vez, aguardam para ver se esses ajustes serão o suficiente para estabilizar o mercado, segundo ela.

De acordo com a S&P, a piora no setor já contribuiu para uma série de defaults entre incorporadoras chinesas.

A agência cita questões como medidas recentes de aperto do governo e também o gerenciamento inadequado da liquidez por algumas incorporadoras, bem como o uso de dívida fora do balanço ou outras obrigações não reportadas, que aumentam as incertezas.

Desaceleração no crescimento

A campanha agressiva da China para conter a atividade imobiliária especulativa pode desacelerar a taxa de crescimento do país nos próximos anos, segundo economistas, mesmo que o pior cenário - uma grande correção do mercado habitacional com queda acentuada nos preços das residências - seja evitado.

A atividade imobiliária é responsável por cerca de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) chinês e o comportamento especulativo tem apoiado o emprego e a arrecadação de receitas nas cidades há anos.

 Sem um mercado imobiliário em expansão, é mais provável que a China registre um crescimento anual de cerca de 3% a 5% nos próximos anos, dizem os economistas, em vez da expansão de mais de 6% a que está acostumada.

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