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BOVA11, BOVV11 e BOVB11: qual o melhor ETF para investir no Ibovespa?

Uma das características mais atrativas do Mercado Financeiro é a variedade de oportunidades oferecidas aos mais variados perfis de investidores. Dos iniciantes aos experientes, dos mais ativos…

Data de publicação:26/03/2020 às 09:20 - Atualizado 4 anos atrás
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Uma das características mais atrativas do Mercado Financeiro é a variedade de oportunidades oferecidas aos mais variados perfis de investidores. Dos iniciantes aos experientes, dos mais ativos aos mais passivos, sempre há um ativo que pode interessar. Ações, fundos de investimentos, ETF e títulos públicos são algumas das alternativas.

Para quem ainda não está acostumado ao ambiente financeiro, porém, a variedade pode assustar. Além disso, nós temos alguns ativos que são extremamente semelhantes. Neste artigo, por exemplo, vamos discutir três ETFs que geram bastante dúvida em relação às suas diferenças: o BOVA11, o BOVV11 e o BOVB11.

Afinal, qual deles é melhor para a sua estratégia de investimentos? Ou será que é melhor nem usar deles na composição da sua carteira? Vamos entender a partir de agora, começando pela definição do que é um ETF caso esse seja um assunto novo para você.

O que é um ETF?

ETF é simplesmente a abreviação para Exchange Traded Funds. Na prática, podemos dizer que é um tipo específico de fundo de investimentos negociado em bolsa que tenta replicar um índice.

Mas o que seria esse índice? É um referencial que apresenta como indicador o desempenho de um determinado segmento. Se você investe em renda fixa, por exemplo, deve ver com frequência um acompanhamento do CDI — justamente o benchmark principal para esse tipo de ativo.

Já para quem prefere comprar cotas de fundos imobiliários, o índice de referência é o IFIX, uma carteira fictícia com os FIIs mais negociados. O objetivo desse benchmark é o mesmo: entender se o seu fundo imobiliário ou a sua carteira estão desempenhando acima ou abaixo do mercado como um todo.

Já para quem deseja investir em ações, mas ainda não tem tempo para acompanhar de perto o mercado ou ainda se sente inseguro em escolher papéis específicos, surge o Ibovespa que nada mais é do que uma carteira teórica com as ações mais negociadas na Bolsa de Valores.

O problema é que, caso você queira "copiar" o Ibovespa, teria um enorme trabalho não apenas em comprar os papéis (são, afinal, mais de 50 empresas), como também ajustar as suas proporções exatas. É aqui que os ETFs ligados ao Ibovespa surgem como grande oportunidade. Entre eles estão justamente as três opções que veremos ao longo do nosso texto: BOVA11, BOVV11 e BOVB11.

Quais são as características de um ETF para investir no Ibovespa?

Antes de entrarmos nos três ETFs que queremos discutir neste artigo, vale destacar as características de um ETF para que você entenda o que pode esperar desse ativo. Se as propriedades desse produto não te agradam, não faz sentido investir, concorda?

O primeiro ponto relevante é a sua rentabilidade. Quando você compra uma carteira de ações que acompanha o Ibovespa, você terá no pacote um grande volume de empresas. Entre elas algumas que terão excelente desempenho, enquanto outros papéis não se comportarão tão bem.

Assim, há uma limitação de rentabilidade ao desempenho do próprio índice escolhido que, neste caso, seria o Ibovespa. Se o seu objetivo é, por exemplo, encontrar um retorno superior ao mercado, essa não será a melhor opção.

Por outro lado, os ETFs são bem mais baratos do que os lotes tradicionais de ações. Podemos afirmar isso em duas direções. Em primeiro lugar, porque o investimento inicial é inferior a um lote de ações. Com aproximadamente R$ 100,00 já é possível comprar uma cota do BOVA11, por exemplo.

Além disso, as taxas cobradas são bem menores justamente pela gestão mais passiva do ETF em relação aos fundos de ações tradicionais. Aqui, você terá taxas entre 0,20% e 0,30% ao ano. Apenas como comparativo, fundos de ações costumam cobrar 2,0% ao ano e, na maioria dos casos, uma taxa de performance.

Por fim, há também a praticidade de delegar a composição da sua carteira de ações para um gestor que deverá replicar um índice e obter facilmente uma excelente diversificação: a compra de apenas uma cota de um ETF oferece um pacote de muitas ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3).

BOVA11, BOVV11 ou BOVB11: quais as diferenças?

Agora que você já está familiarizado com o universo dos ETFs, podemos partir para nossa discussão central deste artigo. Afinal, entre BOVA11, BOVV11 e BOVB11, qual é mais recomendada para investir? Quais as diferenças entre cada um desses Exchange Traded Funds?

Vamos ver cada um deles individualmente, começando pelo BOVA11.

BOVA11

O BOVA11 é o principal ETF do Brasil, apresentando a maior liquidez entre as três opções que temos por aqui. Ele foi também o primeiro ativo da categoria de ETFs do nosso país, iniciando sua negociação em novembro de 2008.

O BOVA11 é gerido pela BlackRock, uma empresa americana que está entre as maiores gestoras do mundo, e contém em carteira as ações mais negociadas do Brasil, justamente aquelas que participam da composição do Ibovespa, na tentativa de replicar o desempenho do índice.

Inicialmente, a taxa de administração cobrada era de 0,54% ao ano. No entanto, com a chegada dos concorrentes BOVV1 e BOVB11, a redução da taxa foi necessária para que o fundo não perdesse competitividade. No momento de produção deste artigo, ela estava em 0,30% ao ano.

BOVV11

Depois de algum tempo de domínio do BOVA11 para investir no Ibovespa, começaram a surgir opções concorrentes — algo que para você, enquanto investidor, é ótimo. Já comentamos no tópico anterior sobre a redução das taxas como efeito positivo desse caminho.

Assim, em julho de 2016, o Itaú Unibanco, por meio da sua corretora, disponibilizou um novo ETF para investimentos no Ibovespa: o BOVV11. A sua composição é muito semelhante ao que vimos anteriormente já que, assim como o BOVA11, o BOVV11 também tem como estratégia replicar o nosso principal índice da Bolsa de Valores.

A diferença, como já adiantamos, é que o fundo já chegou ao mercado com uma taxa de administração menor do que seu concorrente. Essa é uma estratégia comum e saudável para atrair novos cotistas. Atualmente, mantém a cobrança de 0,30% ao ano.

BOVB11

Por fim, temos uma alternativa ainda mais recente para investir no Ibovespa que é o BOVB11. Esse é um ETF com a mesma estratégia dos dois anteriores, mas extremamente recente no Mercado Financeiro: o lançamento ocorreu em junho de 2019.

A gestão desse produto é feita pela Bradesco Asset, reforçando o interesse dos grandes bancos no mercado de ETFs. Assim como fez o Itaú Unibanco, o Bradesco lançou seu ETF com taxa de administração reduzida: 0,20% ao ano.

BOVA11, BOVV11 ou BOVB11: qual o melhor ETF para investir no Ibovespa?

Como vimos ao longo do artigo, não há nenhuma diferença significativa de estratégia entre BOVA11, BOVV11 e BOVB11. Os três ETFs apresentam carteiras muito similares, algo que oferece a você a praticidade de contar com as ações mais negociadas na Bolsa de Valores sem precisar comprá-las individualmente.

E quais empresas fazem parte dessa carteira? Abaixo, destacamos as principais empresas do índice Ibovespa para que você entenda os negócios com maior representatividade na carteira desses ETFs.

  • VALE
  • Itaú Unibanco
  • Bradesco
  • Petrobrás
  • Ambev
  • B3
  • Banco do Brasil

Considerando essa estratégia, qual dos três escolher na hora de comprar um ETF para investir no Ibovespa? Sugerimos que você adote em dois critérios a depender da sua estratégia.

O primeiro ponto é a liquidez, isto é, a facilidade de negociação. De maneira mais objetiva, estamos nos referindo à facilidade (ou dificuldade) que você terá caso queira negociar o ativo.

Se a liquidez é importante para você em relação ao ETF, então é recomendável dar prioridade aos fundos que possuem maior Patrimônio Líquido e quantidade de cotistas, que é o BOVA11.

Por outro lado, se a ideia é maximizar resultados, o foco da análise deve estar sobre as taxas de administração. Para essa estratégia, o BOVB11 ganha pontos já que tem uma cobrança menor em relação ao BOVA11 e ao BOVV11. No entanto, por ser mais novo, naturalmente que esse ETF apresenta menor liquidez.

Futuramente, você pode ainda comparar a rentabilidade dos três ETFs em questão com o próprio desempenho do Ibovespa com o objetivo de avaliar se eles cumprem bem o seu papel. O BOVA11 apresenta, de fato, um desempenho muito próximo ao seu benchmark até aqui. No entanto, ainda é cedo para conclusões sobre o ETF do Bradesco que, afinal, é muito novo.

Seguindo essas dicas e conhecendo os ativos, você já está pronto para escolher um bom ETF para investir no Ibovespa de acordo com os próprios objetivos e estratégias.

Sobre o autor
Stéfano BozzaFormado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.
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