Mercado Financeiro

Bolsa de Valores derrapa no último pregão e encerra abril em queda de 10,10%

O dólar comercial subiu 3,85% no mês e terminou abril cotada a R$ 4,94

Data de publicação:29/04/2022 às 07:01 - Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, até tentou ensaiar a terceira valorização consecutiva nesta sexta-feira, 29. Mas, sem sustentação, fechou em baixa de 1,86% e encerrou abril em queda de 10,10%.

O Ibovespa chegou a subir 1,73% no último pregão do mês, mas, em ambiente de elevada volatilidade, terminou no vermelho, aos 107.876 pontos. O balanço da semana aponta desvalorização de 1,58%.

Bolsa de Valores: Ibovespa fecha abril em queda de 10,10%

O dólar comercial, por sua vez, subiu - tanto no dia (alta leve de 0,06% nesta sexta-feira), na semana (2,70%) e no mês (valorização de 3,85%). A moeda norte americana terminou abril cotada a R$ 4,94.

Bolsa de Valores

O bom momento da B3, na primeira metade do pregão, coincidiu com o anúncio de dados positivos da economia doméstica, avalia Victor Hugo Israel, especialista em renda variável da Blue3.

Dados divulgados pelo IBGE nesta sexta apontaram uma taxa de desemprego de 11,1%, abaixo das estimativas de 11,4%.

“A taxa de desemprego que veio abaixo das projeções ajudou a sustentar o Ibovespa”, comenta. A trajetória positiva, segundo ele, foi investida quando saíram resultados corporativos negativos nos Estados Unidos.

PIB americano impacta na Bolsa de Valores

Esses resultados, combinados com os indicadores que apontam retração do PIB americano, “foram o principal driver para a virada do Ibovespa para o terreno das perdas”, analisa o especialista da B3.

O movimento da B3 foi influenciado pela forte queda das bolsas americanas em resposta aos resultados corporativos do primeiro trimestre. Não agradaram aos investidores principalmente resultados de empresas como Amazon e Apple, aponta Hugo Israel.

Ele diz que os resultados das companhias estão vindo mistos, “e as que apresentam dados abaixo das expectativas estão sendo penalizadas pelos investidores”, explica. E a expectativa de alta dos juros americanos na próxima semana influencia os investidores.

“A retração do PIB, divulgada ontem, não será suficiente para o Fed (Federal Reserve, banco central americano) reduzir o aperto monetário, porque a inflação continua assombrando a economia e o consumidor americanos”, pontua.

FED e Copom

André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP diz que a reunião do Fed nos EUA e do Copom (Comitê de Política Monetária) no Brasil serão os dois principais eventos da próxima semana.

Para Meirelles, o foco de mercado e investidores serão as novas sinalizações sobre o fim do ciclo de aumentos da Selic. Ele acredita que a taxa básica sobe 1 ponto porcentual, para 12,75% ao ano, e prevê nova alta para a reunião seguinte, em junho, quando o ciclo seria encerrado com o juro básico a 13,25%, acredita.

Nos Estados Unidos, o dia foi de derrocada dos índices acionários. O Dow Jones recuou 2,77%; o S&P 500 caiu 3,63% e o Nasdaq, da bolsa eletrônica, o mais atingido pelo tombo das principais bigtechs, teve desvalorização de 4,17%.

Sobe e desde da Bolsa de Valores

Maiores Altas

MultiplanMULT3+ 3,33%
3R PetroleumRRRP3+ 2%
MinervaBEEF3+ 1,7%
PetroRioPRIO3+ 1,55%
brMallsBRML3+ 1,38%

Maiores baixas

Banco InterBIDI11- 6,92%
Grupo UltraUGPA3- 6,03%
CieloCIEL3- 5,82%
MagaluMGLU3- 5,79%
LocawebLWSA3- 5,76%
Sobre o autor
Renato JakitasEditor-chefe do Portal Mais Retorno.