Bolsa melhora humor e opera em alta com cenário político; dólar cai
Fim da desoneração sobre os combustíveis e de Tebet no Planejamento animam o mercado
O mercado financeiro inicia os negócios desta quarta-feira, 28, mais bem humorado, com notícias positivas do cenário político doméstico e com a alta dos índices futuros das bolsas americanas. A Bolsa sobe 1,10%, recuperando os 110 mil pontos (110,101), por volta de 11h40, e o dólar recua 0,47%, para R$ 5,26.
Uma das notícias que trouxeram alívio ao mercado, que ainda aguarda novos nomes para o ministério do novo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, foi o telefonema do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao atual ministro da Economia, Paulo Guedes. Nele, Haddad pediu que Guedes não prorrogue o período de desoneração dos combustíveis, que termina em 31 de dezembro.
Rumores de que o atual governo prorrogaria o tempo de desoneração de combustíveis reforçaram a preocupação com a questão fiscal no novo governo e deram tom negativo ao mercado financeiro na terça-feira, 27. A manutenção de isenção de tributos, calcula o ministério, levaria a uma perda de arrecadação de R$ 52,9 bilhões em 2023.
Outro fator que melhora o humor do mercado nesta quarta é a definição da escolha da senadora Simone Tebet para o Ministério do Planejamento. Persiste, contudo, a expectativas com os nomes que que faltam para compor o primeiro escalão de novo governo e devem ser conhecidos até amanhã.
Bolsas da Ásia em queda
As bolsas da Ásia fecharam esta quarta-feira, 18, em sua maioria no vermelho. A baixa foi atribuída pelos especialistas ao recuo das bolsas americanas na véspera e às incertezas com os desdobramentos da reabertura da economia chinesa, com a suspensão de medidas anticovid.
O índice Xangai Composto recuou 0,26% e o Nikkei, da bolsa de Tóquio, teve queda de 0,41%. A maior baixa dentre as bolsas asiáticas foi a da Coréia do Sul, onde o índice Kospi caiu 2,24%. Os mercados do país foram varridos por uma onda vendedora um dia após o pagamento de dividendos pelas companhias.
A exceção à queda geral dos mercados na região foi o Hang Seng, de Hong Kong, que se valorizou 1,56%, na reabertura de negócios, após a bolsa local ficar fechada nas duas primeiras sessões por feriado pós-Natal.
Embora a reação dos mercados à perspectiva de reabertura da economia chinesa tenha sido positiva em um primeiro momento, predomina o cenário de incertezas para analistas e investidores, com o sentimento dividido entre otimismo e cautela.
“Os investidores estão entusiasmados com a reabertura da economia na China. Mas há muitos relatos que sugerem que os casos de covid-19 estão aumentando, o que realmente ameaça a cadeia de suprimentos”, avalia o analista Naeem Aslam, da Avatrade, em um comentário.