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BNDES cobra fianças bancárias de empréstimos para Americanas

Garantias são referentes a dois empréstimos, contraídos em 2018 e no valor total de R$ 2,4 bilhões

Data de publicação:23/01/2023 às 10:02 - Atualizado 2 anos atrás
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No primeiro dia da AMER3, a principal ação das Americanas fora do Ibovespa, o noticiário mostrou certa acomodação com a crise da varejista. No entanto, no fim da segunda-feira, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) resolveu esquentar o assunto ao cobrar as fianças bancárias que garantiam os empréstimos ativos contra a rede de comércio.

O banco de fomento informou a cobrança no final desta segunda-feira, 23, relembrando que tem dois financiamento contratados com a Americanas entre abril e maio de 2018, no valor total de R$ 2,4 bilhões.

"Após a honra das Fianças, o BNDES não mais terá exposição em face da companhia, Destaca-se que o procedimento é dirigiro aos fiadores bancários, não atingindo o caixa da companhia", disso o banco, em nota.

Os financiamentos foram destinado, segundo dados do BNDES, aos projetos de inovação em varejo digital, como suporte à expansão da companhia e "aos crescimento das subsidiárias".

'Nunca tivemos conhecimento de dissimulações contábeis'

Neste final de semana, o trio de investidores de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles emitiram pela primeira vez, desde o início da crise da Americanas, um comunicado no qual alegam que não tinham conhecimento do que chamaram de "manobras ou dissimulações contábeis" nas contas da varejista.

Eles acrescentam que nem empresa de auditoria, a PWC, nem os bancos denunciaram qualquer irregularidade relativa à companhia.

"Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país", afirma o trio em nota pública.

Eles afirmam que a empresa era tocada por executivos considerados qualificados e "de reputação ilibada" e acrescentam que a empresa era auditada por "uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC".

"Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade", pontuam os investidores. Com esses argumentos, os três afirmam que acreditavam que "tudo estava absolutamente correto".

Recuperação judicial da Americanas é 4ª maior da história

Na última sexta-feira, a Americanas deu entrada em seu processo de recuperação judicial,  processo que vem sendo tratado como o quarta maior da história do Brasil.

Em termos de valores, a maior recuperação judicial do País é a da Odebrecht, que iniciou o processo com dívidas de R$ 80 bilhões. A segunda maior é da Oi, recentemente finalizada, de R$ 65 bilhões. A terceira é a da Samarco, de R$ 55 bilhões.

Já a Americanas afirmou ter R$ 800 milhões em caixa e ter dívidas de R$ 43 bilhões./COM AGÊNCIA ESTADO

Sobre o autor
Renato JakitasEditor-chefe do Portal Mais Retorno.